Quando era garoto, bem na
época da adolescência mesmo, se havia uma banda que eu acreditava serem “os
deuses encarnados do Rock´n´Roll” era o Led Zeppelin.
Tinha uns 12 ou 13 anos e
ganhei o álbum “CODA”, e achava aquilo
um som do “outro mundo”. Na seqüência caiu em minhas mãos o LED II, I e IV, sim
nesta exata ordem.
Estava começando a entender as letras em
inglês, e acho que aqueles versos de duendes, seres mágicos, devem ter tido o
mesmo efeito que as histórias do Harry Pother pra minha filha que hoje tem 12
anos.
Claro que as histórias
fantásticas de Robert Plant não teriam nenhum efeito de a guitarra espetacular
e moderna de Jimmy Page, ou a cozinha formada pelo talentoso John Paul Jones, e
o técnico e pesado John Bonham.
Relato aqui que conheço
todos os álbuns e guardo todos com carinho em meu IPod, que assim como as
matérias de Matemática e Português da minha base escolar, foram importantes
para minha formação musical, porém estão lá guardadas, não agüento nem passar
perto mais.
Contei aos colegas leitores
do Blog está rápida passagem para ilustrar o que vem a seguir, o The Who.
Nunca, mas eu disse nunca
mesmo gostei dessa banda quando adolescente. Achava-os chatos. Não lembro de
uma vez sequer de ter dado atenção a banda daquele guitarrista narigudo que
havia escrito a história do filme do cabeludo loiro e cego que passava na
sessão da tarde. Simplesmente por que não havia reinos mágicos, unicórnios,
escadas para o céu, nem sonhos doidos em evidencia nas suas canções ( e olha
que sempre fui um muleque careta).
Mesmo em 1999 quando fui pra
Londres, conversando com o dono da casa onde estava hospedado, observando um
quadro pendurando do The Who na parede, disse: “Essa banda nunca me disse muito”.
Nem preciso descrever a fisionomia do inglês após essa frase.
Passados alguns anos desde
minha longínqua adolescência , e agora equipado com tudo quê as redes sociais
podem oferecer (Facebook, Youtube, Google), me deparei com um vídeo do Pete Townshend
(agora sei o nome do narigudo) onde ele disse: “Odeio qualquer coisa que tenham
feito. Não suporto o fato de nos compararem”.
Essa frase me incentivou a
pesquisar mais sobre o The Who, e entender por que Pete disse isso. Cara, a
cada canção que revisitava, e após ouvir suas canções com atenção, entendi.
O The Who fala mais de
coisas reais em suas canções, apesar de alguns lapsos lisérgicos dos anos 60 em
Tommy, esses garotos traduziram toda uma geração inglesa por meio do timbre de
seus instrumentos. E, apesar de ser um dos seus trabalhos mais contestados, o
disco QUADROPHENIA é soberbo.
Fonte Wikipédia:
Quadrophenia é
o sexto álbum do The Who. Lançado em 19/10/73, é uma das duas óperas-rock em
larga escala do grupo. O nome é uma modificação a partir de uma noção
não-científica da esquizofrenia, aqui como uma doença de
personalidade múltipla; o protagonista da ópera sofre de personalidade
quádrupla, cada uma delas associadas a um integrante do The Who. O encarte do
álbum traz as descrições:
§ Um cara durão, um dançarino incapaz. ("Helpless
Dancer" - Roger Daltrey)
§ Um romântico, sou eu por um momento? ("Is It
Me?" - John Entwistle)
§ Um maldito lunático, eu até mesmo carrego tuas malas.
("Bell Boy" - Keith Moon)
§ Um mendigo, um hipócrita, amor, reine sobre mim.
("Love Reign O'er Me" -Pete Townshend)
Além de descrever a personalidade de cada membro da
banda, os quatro comentários referem-se às quatro músicas-tema que retratam o
personagem Jimmy: “Helpless Dancer”, “Doctor Jimmy”, “Bell Boy”, e “Love Reign
O’er Me”. Os quatro temas misturam-se na penúltima faixa do disco, uma
elaborada peça instrumental chamada “The Rock”.
A história cobre aproximadamente dois dias da vida de um certo Jimmy,
participante do movimento MOD da Inglaterra no
começo dos anos 60. “A história começa numa rocha, no
meio do oceano…”, disse o compositor Pete Townshend durante uma apresentação ao
vivo. Sua observação parece indicar que a ópera representa as lembranças de
Jimmy dos dois dias anteriores, que resultaram na triste situação em que ele se
encontra no final da história. A narrativa é difícil de se aperceber só pelos
versos das músicas, mas é complementada pelos “comentários” de Jimmy sobre
vários assuntos em um encarte incluído no disco.
Já que pode-se dizer que Quadrophenia é a
narrativa de uma história, esta história é contada então na primeira pessoa. A primeira metade da ópera trata das frustrações e inseguranças que guiam a
vida de Jimmy, incluindo breves momentos de sua vida caseira, seu trabalho, seu
psicanalista, e suas tentativas infrutíferas de ter uma vida social. Na metade
da ópera ele canta “I’ve Had Enough” (“Eu já tive o bastante”), vendo-se
chutado de casa depois que seus pais encontram anfetaminas em seu quarto,
depois do qual ele se droga e pega um trem para Brighton, rouba um bote e o dirige para
uma rocha no meio do oceano, esfacelando-se emocionalmente. Sem mais nenhum
motivo para viver, ele encontra a redenção na chuva (uma
manifestação da fixação espiritual por Townshend pela água).
Quadrophenia foi lançado originalmente como um vinil duplo, em embalagem formato
livro, que trazia as letras das músicas e uma versão textual da história, além
de um encarte que vinha à parte, com fotografias para ilustrar o conto. A MCA
relançou-o em CD em 1985, com as letras e o texto mas sem o encarte. A versão
remasterizada de 1996 traz o
encarte original completo em miniatura.
No encarte da versão remasterizada de Odds and Sods, Townshend revela que Quadrophenia evoluíu de uma idéia para uma auto-indulgente autobiografia da banda.
Duas das faixas da ópera datam de 1972, um ano que viu o Who produzir compactos referentes à
banda, como “Join Together” e “Long Live Rock” (o último só lançado em 1974). Entretanto, na época em que Quadrophenia foi
lançado, o papel da banda na história era apenas simbólico, através das quatro
personalidades de Jimmy.
Os versos da canção “The Punk and the
Godfather” deixam a impressão de que Townshend estava ciente da rebelião
musical chamada PUNK já em 1973, com uma interpretação dúbia sobre Townshend ser o “punk”
os executivos de sua gravadora o “godfather” e/ou músicos novatos inventando
novos estilos como os “punks” e Townshend como o “godfather”.
Quadrophenia seria posteriormente transformado em filme,
com várias canções adicionais acrescentadas pela banda na trilha sonora.
Aos garotos
dessa geração, assistam ao filme Quadrophenia de 1979, que conta a história de Jimmy, um
mod do começo dos anos 60 que vive na Londres de 1964. Um legado do
pré-punk britânico.
Não quero com
isso mudar minha opinião sobre “Led Zeppelin” ou “The Who”, ambos tem sua
importância na trilha sonora da minha vida. Mas depois de ouvir uma canção como
“Love Reign O'Er Me”, compreendo que essa música só faria sentido pra
mim, depois dos 30 anos.
Anselmo
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