Segue então meu relato sobre o que vi (mesmo que não seja o show inteiro). No final deixei uns vídeos como momentos lindos para ilustrar o texto.
Dia 9 de outubro (sábado)
- Infectious Grooves - Assisti somente a metade do show devido a fila para entrar que eu citei no post anterior. Fiquei com a sensação de não ter perdido grande coisa. Até comentei com o Pancho que fazia uns 10 anos que eu não escutava nada deles, apesar de ser grande entusiasta quando o grupo foi formado. A banda me pareceu datada e o show não foi nada demais. Mike Muir até chamou uma molecada para subir no palco enquanto eles tiravam um cover do Suicidal Tendencies (banda principal do Muir), mas definitivamente eles não conseguiram empolgar e para mim será aquele típico show apenas para engrossar a lista dos já vistos.
- Mutantes - Confesso que não tive paciência para a chatice do Sergio Dias. Enquanto íamos dar uma volta de reconhecimento do local, as primeiras músicas ficaram para trás e eu nem senti remorso.
- The Apples in Stereo - Este eu queria ver desde o começo. E não me decepcionei. Com um visual que me lembrou os shows que assisti do Man Or Astro Man num passado remoto devido a extravagância das roupas, que lembravam um pouco o visual do Devo também. O líder Robert Schneider é bem simpático e pareceu estar se divertindo o tempo todo. Não conheço o suficiente sobre a banda para saber se a frase: "Olá, nós somos o Apples in Stereo e nós viemos do futuro!" era séria (e o cara é meio pinel) ou apenas uma brincadeira repetida diversas vezes durante o show. O fato é que suas leves canções são tão agradáveis e funcionam tão bem ao vivo que o resultado foi excelente. Um show muito, mas muito bom mesmo. Uma pena que foi visto por pouca gente (umas 500 / 600 pessoas) em razão da concorrência de MSTRKRFT e Los Hermanos tocando no mesmo horário.
- Los Hermanos - Como disse acima eu estava em outro show enquanto eles tocavam. Peguei as duas últimas músicas e tive a impressão de que os caras não estavam tão bem ensaiados. Me perguntei também se o Marcelo Camelo sempre foi assim tão desafinado e eu tinha esquecido ou era só naquela tarde mesmo.
- The Mars Volta - Um caso a parte. Esta banda é uma das poucas que eu gosto mesmo gravando músicas longas com uma frequencia mais do que o recomendável. E eles tiveram a manha de tocar várias destas musicas compridas em versões até mais esticadas, sem comprometer o pique do show. Apesar de ser um som para iniciados (é difícil de entender na primeira audição) a performance frenética no palco, o alto gabarito dos músicos e um vocalista que é um show a parte garantiram um ótimo espetáculo para quem estava lá.
- Rage Against the Machine - Os gritos de "Rage, Rage, Rage!" vindos da galera antes do começo do show foram retribuidos assim que os quatro revolucionácios (força de expressão) pisaram no palco com a matadora "Testify". A fúria tão característica em seu som e letras estavam ali, explodindo na cara de quem teve o privilégio de assisti-los de perto (e não estava sendo pisoteado...). Se a volta da banda foi por dinheiro, eles não deixam isso transparecer. A performance é raivosa e cheia de vontade e sepulta qualquer clima de "paz e amor" que este tipo de festival deseje suscitar. Show excelente, que não foi ainda melhor porque na minha opinião não cabe numa apesentação com este grau de intensidade as interrupções que acabaram rolando. Isso traz um certo anti-climax e aquela sensação de coito interrompido para o público, o que pode ser bom para esfriar os ânimos, mas atrapalha no resultado final.
Dia 10 de outubro (sábado)
- Joss Stone - Vi pela TV. Só queria comentar que achei a artista que mais entrou "louca" no palco, se é que vocês me entendem.
- Regina Spektor - Não vi e gostaria muito de ter visto. Alguém podia ter trazido ela sozinha para shows em lugares fechados que ia cair muito melhor.
Dia 11 de outubro (segunda-feira)
- Yo La Tengo - Devido a demora para entrar (50 minutos de fila) eu perdi praticamente o show inteiro. Peguei as duas últimas músicas onde eles abusaram da microfonia. Não deu para formar uma opinião sobre a apresentação. Só acho que não é o tipo de banda para um palco principal de festival. Eu os vi no Sesc Pompéia em 2001 e o show funcionou muito bem, parecendo ficar perfeito em lugares fechados e menores.
- Cavalera Conspiracy - Só de ver os irmãos Max e Igor Cavalera tocando juntos novamente aqui no Brasil já seria bacana. Mas eles fizeram um show muito competente calcado nas músicas de seu único disco (o Max anunciou um novo para o próximo ano) e com um recheio especial da fase Sepultura, devidamemnte representada por "Refuse/Resist", "Atittude", "Troops of Doom" (esta foi desencavada...) e "Roots Bloody Roots". Clássicos bons de se ouvir de novo.
- BNegão e Seletores de Frequencia - Vi só os 10 minutos finais e fiquei com uma sensação de quero mais absurda. Numa tenda OI FM (a mesma onde tocou o Apples in Stereo) totalmente lotada, fiquei de boca aberta com a força dos caras no palco. Preciso ir num show deles com urgência.
- Avenged Sevenfold - Depois do BNegão, peguei partes deste show enquanto andava a procura de comida e bebida. Metal cheio de clichês, eu detestei. Achei horroroso e tive a certeza de que eu era feliz e não sabia quando nunca tinha ouvido falar disso aí.
- Incubus - Banda que eu nunca tinha parado para ouvir com atenção mas que sempre foi muito bem recomendada por amigos. Tive a boa vontade de assistir o show inteiro e posso dizer. Não gostei. Achei chato demais. Pode até ser o efeito da minha ansiedade pelo QOTSA e Pixies, mas sinceramente, não bateu.
- Queens of the Stone Age - Eu já tinha escrito por aqui que este provavelmente seria o show do ano no Brasil. Josh Homme é quase que uma entidade no rock atual, muito também pela sua atuação em diversos projetos de qualidade e pela influência que sua "mão" traz em qualquer coisa que ele toca. Eles abriram o show com o baixo "falando" na sensacional e poderosa "Feel Good Hit of the Summer" e já deram o cartão de visita do que seria um show barulhento e pesado na medida exata. Os caras juntam uma simplicidade a uma gana de tocar que é admirável. Na segunda música quando eles mandaram "The Lost Art of Keeping a Secret", uma de minhas preferidas, percebi que o jogo já estava ganho. Durante o show houve alguns problemas com o som, é verdade, mas nada que impedisse a banda de fazer o melhor show do festival tecnicamente falando. Foi maravilhoso e entra desde já para o time dos mais relevantes já vistos.
- Pixies - O amor é cego? Dizem que sim. Os Pixies fizeram um show onde a empolgação e a vontade não foram o ponto alto. Dava para ficar na dúvida se a voz cansada de Frank Black era o peso da idade ou apenas má vontade mesmo. Então por que eu acho que vi um dos melhores shows da minha vida? E por que se eu acho que se o QOTSA fez o melhor show do festival tecnicamente falando, eu preferi o dos Pixies? Simples. É uma questão afetiva. Coisa de amor mesmo. E tenho certeza de que falo pela multidão que se deliciou com os clássicos do rock alternativo que eram enfileirados um atrás do outro por uma das maiores bandas de rock alternativo de todos os tempos. Foi emocionante poder vê-los pela primeira vez e poder cantar, dançar, gritar ao som de "Debaser", "Velouria", Monkey Gone To Heaven", "Waves of Mutilation", "Here Comes Your Man", "Hey", "Gouge Away" "Where Is My Mind" e "Gigantic". Eu anotei o set list no meu celular que eu viria a perder depois e nem vou querer lembrar de tudo na ordem para não escrever besteira. Enfim, eles não são mais os mesmos? Eles não tem mais o vigor de outrora? Foda-se! Para mim o show foi espetacular e fez valer todo o perrengue "chorado" no post sobre a organização. Inesquecível. Mais uma daquelas que eu não poderia morrer sem ssistir.
- Linkin Park e Tiesto - Desculpem. Eu sei que estava lá na balada e era só esperar um pouco para acrescentar mais estas duas atrações gringas na minha lista. Só que depois de ver o Queens Of The Stone Age e os Pixies na sequencia eu não precisava ouvir mais nada. Para mim estava bom.
Sandro
Cara, eu fui lá só na segunda e pelo que me falaram e li aqui dei sorte. Achei Pixies deslocado num dia de bandas de peso,porém deram conta do recado e fizeram a alegria dos fãs fieis. Foi meu preferido também.
ResponderExcluirAbraços
Eriko
Destaco também o show dos colombianos do Bomba Estereo no palco Oi novo som que tirou a galera do chão no domingão!
ResponderExcluirPixies também é amor para mim e achei maravilhosa a apresentação da grade dos humanos (da pista comum!rs). Kim Deal é minha musa!
QOTSA foi brutalmente foda de ouvir e de ver a vontade de tocar!
RATM mesmo com as paradas forçadas da péssima organização foi pura e boa insanidade!
Gostaríamos de te fazer um convite...Passe seu e-mail??
ResponderExcluirSandro, o festival apesar dos problemas realmente teve shows incríveis.
ResponderExcluirEu pude conferir o da Regina Spektor e foi o meu preferido do festival. Pra mim, só faltou tocar Better.
E concordo sobre o Pixies, só o amor explica. O show foi amazing!!!
Abs, Ana!!
Obrigado a todos pela visita!
ResponderExcluirEriko,
Concordo com você sobre o dia. Muito metal para o meu gosto. Sobre sua sorte de não ter sofrido no sábado, me acredite, é verdade.
Abçs
Dani,
Valeu a dica sobre o Bomba Estereo. Eu sinceramente não conheço e vou dar uma procurada paera conhecer. Sobre os outros, é isso aí, estamos na mesma sintonia!
Bjs
Ana,
Eu queria ter visto demais a Regina Spektor! Só não tive a manha de sair de SP só para vê-la tocar só uma hora num palco tão grande (acho que é show para palco menor). Pagaria o preço do ingresso do SWU para assisti-la aqui em SP facilmente e sem chorar.
Bjs
E todos adoraram os Pixies...
Bleffe,
Vocês podem entrar em contato com o e-mail oficial do blog que é o minerva.pop@gmail.com
Sandro
Obrigada pelo trabalho delicioso!!! Adorei saber e ouvir o que rolou por lá...Falar de amor realmente funciona, pelo que percebi o Pixies arrasau!!
ResponderExcluirMM
Guerreiro Sandro.....sensacional o post.....!
ResponderExcluirAnselmo
Sandro, que fôlego!
ResponderExcluirQueria ver os Pixies também mas não tive coragem.Há tempos que só saio de casa para shows em locais fechados e olhe lá.Gostei muito do tom pessoal com o qual vc escreveu.
Bj
Adriana