minervapop

quarta-feira, 15 de julho de 2009

ERA UMA VEZ NA AMÉRICA

Num post anterior eu escrevi sobre listas. E lá eu citei sobre a quase obrigatoriedade de ao fazer uma lista com os melhores filmes de todos os tempos, colocar Cidadão Kane no topo.

É um filme maravilhoso, claro. Totalmente inovador para a época e marco absoluto da história do cinema.Mas como eu disse naquele mesmo post minhas listas serão sempre pautadas pela preferência pessoal, sem se importar se é o melhor para o resto do mundo ou não.

Pois bem. Vou falar sobre meu filme preferido. Era Uma Vez na América, do cinesta italiano Sergio Leone. Diretor que diga-se de passagem não está entre os meus favoritos. Teve a filmografia marcada por épicos (no início) e ótimos westerns, sendo o criador do gênero "spaguetti-western", que era o típico filme de bang bang ambientado na Italia e melhor que os americanos.

O fato é que em 1984, em seu último filme, Leone fez uma obra prima. Rodado nos EUA, com dinheiro de Hollywood, foi originalmente concebido para ter quase quatro horas de duração e consumiu cerca de trinta milhões de dólares (um mega orçamento para a época).

Os produtores acharam que por ser muito longo, o filme não teria uma boa bilheteria e decidiram editá-lo para duas horas e vinte minutos. Não adiantou, o fime foi mesmo um fracasso de bilheteria e crítica. Como a versão dos produtores não havia dado certo, Leone conseguiu lançar o filme na Europa com a versão original e aí para surpresa dos financiadores, o resultado foi totamente o oposto. Boa bilheteria e elogios da crítica. Posteriormente, o filme voltou aos EUA nesta versão longa e apagou a má impressão inicial.

Mas do que fala este filme? Basicamente é um filme de gangster. Conta 50 anos de um grupo de judeus criminosos que formou-se ainda quando eram crianças nas ruas da periferia de Nova Iorque. É narrado em três fases distintas, mostrando a adolescência, a vida adulta e a velhice dos personagens principais, porém não em ordem cronologica, sob a perspectiva de Noodles em sua velhice.

Robert de Niro como Noodles e James Woods como Max têm atuações extraordinarias. Mas o fato é que os personagens é que são fantásticos. Apesar de criminosos, o laço de amizade construido pela gangue é de tal cumplicidade que quem assiste sente-se impelido a torcer para que tudo dê certo para eles.

Mas os anos passam, as coisa mudam, o dinheiro atrapalha e o amor também. Há, o amor. Nesta história de gangster, ele está sempre lá e Noodles com seu jeito tosco consegue estragar as oportunidades que lhe aparecem.

No fim, na cena em que eles se reencontram, confesso que não consigo conter as lagrimas. Apesar de já ter assistido ao filme muitas vezes, é uma cena que emociona sempre.

Não dá para contar muito mais sem estragar a beleza de descobrir o filme, para quem não conhece. Recomendo. Não tenham medo pela duração. Vale a pena!

Abaixo eu deixei um vídeo com algumas cenas do filme e a música feita por Ennio Morricone, que aliás compôs uma trilha absurdamente boa. Triste e bela.


Sandro

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