Alex Cox , (diretor inglês que estudou cinema nos Estados Unidos, onde dirigiu filmes chamados “cult” nos anos 80 como, Repo Man (1984), Sid e Nancy (1986), À Caminho do Inferno (1987) ), influenciado pelos sentimentos revolucionários sandinistas dirigiu dois filmes indispensáveis para os “Punk Rockers” de plantão, “À Caminho do Inferno” (Straight To Hell) e “Walker”, ambos de 1987.
Straight to Hell:
Nascido de uma idéia do produtor Eric Fellner , que havia organizado um show de rock a favor dos sandinistas, surgiu a gênese de À Caminho do Inferno. Com participação de artistas como Joe Strummer, The Pogues, e Elvis Costello, Fellner queria organizar uma turnê mundial angariando fundos para os guerrilheiros nicaraguenses, mas a idéia não “decolou”. Em compensação, os músicos foram convidados a participarem de um faroeste filmado nos desertos de Almería. Com roteiro de Alex Cox (escrito com o ator Dick Rude) o filme é uma grande brincadeira carregada de rock n’roll e bandoleiros, quase como um aquecimento para o excelente Walker, também de 1987. Além dos músicos já citados, tem participação de Dennis Hopper, Grace Jones, Jim Jarmurch, Courtney Love , dentre outros. Atenção no pistoleiro interpretado por Sy Richardson , muito semelhante a Samuel L. Jackson em Pulp Fiction do Tarantino.
Walker:
Durante o período colonial da Nicaragua foi desenvolvida uma intensa rivalidade entre as cidades coloniais de León, sede administrativa e centro intelectual e liberal, e Granada, o centro agrícola da aristocracia conservadora, enriquecida pelo comercio com a Espanha, feito pelo rio San Juan.
Em 1855, com as lutas entre os liberais de León e os conservadores de Granada , de forma calculada, um aventureiro norte-americano, William Walker americano conhecido por tentar anexar o México aos Estados Unidos, alia-se a uma das facções da guerra civil que assolava a Nicarágua. Aos poucos, as intenções e objetivos de Walker vão ficando mais claros, quando ele mesmo promove um golpe de estado e se declara presidente.
O aventureiro foi deposto em 1857 pelo esforço conjunto dos países limítrofes, de Vanderbilt e dos liberais, que o haviam contratado para tomar Granada. Sua expulsão contribuiu para a união do país.
Esse personagem histórico serviu de tema para o diretor inglês Alex Cox realizar “Walker” (1987).
Como falamos no início do “post”, Cox sendo simpatizante do movimento sandinista, quando estava na Nicarágua para acompanhar as eleições de 1984, lhe foi perguntado se não havia interesse em fazer um filme sobre a história do país. A resposta veio com a ajuda do produtor peruano Lorenzo O’Brien, com quem Cox trabalhou na história da invasão da Nicarágua por Walker.
A interpretação de Ed Harris (Walker), e o humor e surrealismo no filme, com as garrafas de Coca-Cola, Televisores e Helicópteros, são um show á parte. Um dos pontos altos da produção é a participação de Joe Strummer no filme como ator (Faucet) e compositor da trilha sonora. Vale lembra que o paralelo da política imperialista dos EUA é contundente.
Abaixo deixo o trailer, e alguns momentos “hilários” desse filmes, como Zander Schloss cantando "Salsa y Ketchup" em “À Caminho Do Inferno”, e a belíssima Unknown Immortal de Joe Strummer de “Walker”.
Anselmo
Assisti "Walker" há um bom tempo e com certeza é uma visão diferente e até surreal sobre a invasão e o golpe de estado que o sujeito encabeçou na Nicaraguá.
ResponderExcluirVi também "Repo Man", outra viagem de Cox.
Abraço
Putz, tinha esquecido deste Walker. Boa lembrança, Anselmo. Pouco conhecido, é um filme que vale uma olhada.
ResponderExcluirSandro