Este post dedicado a uma banda brasileira de que gosto muito, também é uma pequena provocação ao parceiro de blog Anselmo. É que em seu post intitulado "Brasileiro é papagaio de americano" (leia aqui) e nos comentários do post sobre o futuro do rock brasileiro (leia aqui), o Ira! foi citado como uma mera cópia do The Who.
Não concordo. O The Who é sim, uma influência assumida pela banda paulistana, mas entendo que não dá para cravar como uma cópia, principalmente analisando toda a carreira dos caras. Isso não quer dizer que o grupo tenha sido inovador (poucos o são), pois sua sonoridade sempre foi calcada num rock simples e belas baladas, mas na minha opinião a banda evoluiu num sentido que trouxe uma maturidade e identidade própria a sua música.
Apesar de gostar muito de seus primeiros trabalhos na década de 80 ("Mudança de Comportamento" de 1985, "Vivendo e não Aprendendo" de 1986 e "Psicoacústica" de 1988) prefiro a fase da década de 90, onde discos não tão inspirados ("Meninos da Rua Paulo" de 1991 e "Música Calma para Pessoas Nervosas" de 1993) são intercalados com discos muito bons ("Clandestino" de 1990, "7" de 1996, "Você Não Sabe Quem Eu Sou" de 1998 e o disco de covers "Isso é Amor" de 1999), com a diferença que a pegada ao vivo da banda tornou-se ainda mais vigorosa. A categoria de Edgard Scandurra, o carisma absurdo do vocalista Nasi e a segurança do baixista Ricardo Gaspa e do baterista André Jung amadureceu com o tempo e eles passaram a dar ainda mais vida as canções clássicas do início de carreira.
Só que nesta época o Ira! já estava fora do mainstream brasileiro, (chegaram a ter a música "Flores em Você" como tema de novela), queda que teve início com o lançamento do excelente album "Psicoacústica", incompreendido pelo grande público.
Com o ostracismo, foram algumas tentativas da volta por cima, que só ocorreu com o lançamento em 2004 de um disco acústivo gravado para a MTV numa manjada fórmula de sucesso garantido pela gravadora (deu certo até com a droga dos Titãs).
Em 2007, saiu o último trabalho da banda, chamado "Invisível DJ", que eu gostei bastante e recomendo. Neste mesmo ano, sérios desentendimentos entre os integrantes levaram o Ira! a encerrar as atividades (houve uma tentativa de levarem um trio sem o Nasi prontamente renegada pelos fãs).
Enfim, acho gostoso poder ouvir música que gostamos em nossa língua natal, poder cantar durante um show inteiro sem precisar decorar as letras gringas. E convenhamos que isso não é lá tarefa fácil aqui no Brasil, principalmente se você não gosta (detesta?) de mpb ou outros "preciosos" estilos musicais oriundos destas terras.
Abaixo os vídeos com as músicas "Flerte Fatal" (versão do "Acustico MTV"), "Eu vou tentar" (do disco "Invisível DJ") e "Milhas e Milhas" (do regular "Entre seus Rins" de 2001). Peço atenção especial aos dois primeiros, dirigidos brilhantemente pelo Selton Melo.
PS: Gosto muito mais de Irá do que de The Who!
Sandro
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ResponderExcluirOlá Sandro,
ResponderExcluirsou fã do "Ira!" de primeira hora, assisti a um memorável show deles em B.Hz. dividindo o palco do velho teatro Francisco Nunes com a finada banda mineira "Virna Lisi".
Por outro lado,aprendi a ouvir "The who" ainda garoto.No início, não entendia patavinas, mas a atitude dos caras me fascinava.
E pra que decorar letras, se o barato são os três acordes primordiais?...rsrsrsrs...
Assim, deixo minha provocação (colaboração)...
Abraço aos amigos.
Fala Brother Sandro!!!! Putz que provicada hein???!!!! Quero deixar claro que gosto muito de IRA! sim....mas a influencia do WHO é inegável...até mandaão igual ao Townshend o Scandurra é...hehehehe!!!! Vou esclarecer meus pontos, senão a galera vai me odiar!!!! hahahaha!
ResponderExcluirAnselmo
nossa, ira é muito chato! titâs é a melhor banda nacional que já existiu. Que o diga o Charles Gavin.
ResponderExcluirSalve, amigos!
ResponderExcluirDepois de um final de semana fora da internet, estou de voltal!
Grande Big Clash, é que cantando (ou gritand) eu curto mais.... Valeu pela visita!
Anselmo, te respondo lá no seu post em breve...
Anônimo, desculpe mas minha opinião é bem diferente da sua. Acho Titãs horrível, mas o Ansolmo gosta (rsrsrs).
Abraços
Sandro