Hoje é domingo, dia 19 de setembro, a pouco mais de uma semana completei 41 anos de idade, e desde os 15 anos acompanho o New Model Army. E por isso, acordei nesse domingo com uma ressaca de dois dias de show da banda de Justin Sullivan em São Paulo. Apesar de já ter visto Mr. Sullivan em ação em outras oportunidades, dessa vez ouvi versões “ao vivo” de algumas canções que estou a pelo menos uns 25 anos esperando.
Pra quem acompanha nosso Blog, sabe o quanto estamos aguardando e dando a devida importância para esse show de 30 anos de história do New Model Army. Por isso, hoje vamos comentar sobre a apresentação do dia 17 de setembro, sexta-feira.
17 de setembro: Na noite fria da sexta, tudo ocorreu como estava sendo previsto pelos fãs. Não podemos dizer que havia um grande público, porém podemos afirmar que, os que compareceram, sabiam exatamente do que se tratava o show e a banda em questão. Não haviam desavisados ou “marinheiros de primeira viagem”. A grande maioria na faixa dos 30 anos de idade, mas com a mesma expectativa de adolescentes as vésperas de seu primeiro show de rock. Outro ponto alto foi a possibilidade de encontrar amigos “das antigas” e parceiros de “balada” de longa data.
Entendo que a escolha do Citibank Hall para as duas noites de show foi acertada, pois havia área suficiente para comportar o público do NMA em São Paulo, além do fácil acesso e com estrutura suficiente (apesar do preço da cerveja, uma paulada!).
Show: Muitos estavam na expectativa sobre os primeiros 40 minutos “acústicos” do show. Funcionaria? Qual o impacto de uma apresentação só com “voz e violão” numa casa de shows como o Citibank Hall? A competência de Justin Sullivan para segurar uma apresentação dessas é notória, vide seus trabalhos solo, parceria com Dave Blomberg e Red Sky Coven, mas sempre paira a dúvida. A resposta meus é amigos, é que foi sensacional.
Justin Sullivan subiu ao palco as 10h10min pm. empunhando seu violão e acompanhado de Dean White (teclado) na guitarra. A produção de efeitos e sonoridade, a qualidade da escolha de repertório, tudo impecável. O set list dos dois dias já foi publicado no Minerva Pop, porém alguns comentários se fazem necessários.
Aos primeiros acordes de “Better Than Them” o público já sabia que os próximos 2 dias seriam inesquecíveis: “This is our town,this is Friday night dressed in our rags and our rage and our best piercing eyes looking for something, anything,just anyone..”
O público aplaudiu, as pessoas ovacionaram um dos nossos últimos heróis, ali em nossa frente, despojado, retribuindo da melhor forma possível a espera e o respeito de todos.
Com a Canção “Turn Away” Justin explicou que o pior dos vícios, é quando somos dependentes de alguém, e também que não devemos nos prender somente aos antigos sucessos e imendou com “Dawn” do disco High, seguidas por Higher Wall, Drummy B, Space. “I'm screaming in the wind, screaming in the rain screaming in the face of the storm..... Crying out in fury to the gods of fate come on and get me if you can” cantava Justin Sullivan, e mesmo em versão acústica, “Fate” já anunciava que a intensidade estava aumentando. “Courage” e “Blue Beat” fecham a porção acústica, e Mr. Sullivan educadamente anuncia que o NMA voltaria daqui breves 20 minutos.
A primeira parte do show somente reforçou o que Justin Sullivan disse em uma entrevista concedida ao programa “Show Livre”: “Acho que a idéia de ter um grupo de poucas pessoas, menos de dez pessoas, em uma sala. Tocando uma música baseada em ritmos simples e muito alta, nunca vai morrer. Porque tem algo primitivo nisso. Ritmos bem simples e paixão são coisas da essência das pessoas. Isso nunca vai morrer.” E era exatamente isso que estava acontecendo naquela noite de sexta-feira.
Na segunda parte “elétrica”, os auto-falantes ecoam: “Behind all the rusting cranes, in the lengthening shadows of the Empire days Over the wire and into the darkness . . .”Over the Wire”. Logo na seqüência detonaram com uma canção que estou esperando a pelo menos 25 anos pra ver “ao vivo”: “I believe in justice I believe in vengeance I believe in getting the bastard”, “Vengeance”, matadora. “White Light” , “Drag It Down”, “Wonderful Day To Go”, “Today Is A Good” ,”A Liberal Education”, “Flying Through The Smoke” , “No Sense”, continuam agitando e satisfazendo os "rockers" de plantão.
Quando os primeiros acordes de “51st State” começaram, os próximos minutos seguintes foram um “show á parte”, que deveria ser extirpado e guardado em um cofre para que as próximas gerações pudessem ter o privilégio de compartilhar o momento: “Look out of your windows, watch the skies, read all the instructions with bright blue eyes”....todos cantaram, sabiam a canção, nessa hora Sullivan poderia tomar uma “cerveja” sossegado, essa música já é "domínio público". “Mambo Queen of The Sandstone City , “Orange Tree Roads” , “High” , “White Coats” ,”Green and Grey”, fecham a seqüência impecável e matadora.
Bis: “These Words” “ Brother”, “ Poison Street” e “Betcha” , fecham uma noite perfeita com 28 canções que , na minha humilde opinião, não foram escolhidas ao acaso, a conexão dos temas, períodos e relação com os 30 anos da banda, é um mistério o qual acredito que nem mesmo Mr. Sullivan saberia explicar.
Abaixo deixo um vídeo “registrado” por um dos felizardos que estavam no show do dia 17 de setembro. Nos próximos dias vamos fazer um “post” sobre a apresentação do sábado, 18 de setembro, que teve um set list totalmente diferente.
Anselmo
sem palavras..
ResponderExcluirCaraca Anselmo, meu coração apertou lendo essa resenha...deve ter sido lindo demais!
ResponderExcluirValeu pessoalpelas palavras, e por terem prestigiado nosso blog!
ResponderExcluirAnselmo