Este blog não tem muita vocação para escrever sobre o que está na grande mídia. Nada de preconceito tolo ou vontade de ser underground, o fato é quando determinado assunto já esta devidamente esmiuçado por veículos profissionais, não vale a pena escrever mais do mesmo por aqui.
Claro que temos exceções, a maioria relacionadas a cinema e elas geralmente aparecem quando me deparo com obras em que sinto a obrigação de recomendar. Portanto, não é uma resenha. Apenas uma recomendação.
Você que está lendo estas linhas sabe muito bem da importância que as redes sociais adquiriram na nossa rotina diária. Seja o "tosco e brasileiro" Orkut, o "networking" Linkedin, o "velho" My Space, a "febre" Twitter ou o gigante Facebook. E justamente sobre este último, tivemos a estréia sexta-feira passada de "A Rede Social".
O filme tem a assinatura de David Fincher, diretor de "O Curioso Caso de Benjamin Button", "Zodíaco", "Clube da Luta" (incrivelmente ainda sem um post por aqui) e "Seven". Considero Fincher um ótimo cineasta, daqueles que merecem uma ida ao cinema independente do trabalho, porque geralmente vem coisa boa. Este caso confirma esta impressão.
Baseado no livro "Bilionários por Acaso" de Ben Mezrich, o filme narra a história do mais relevante site de relacionamentos do mundo desde o momento de sua criação até o embate judicial enfrentado pelo seu presidente Mark Zuckerberg (o bilionário mais jovem do planeta) em dois processos buscando gordas indenizações que correram em paralelo, sendo uma movida pelo seu ex-sócio Eduardo Saverin que alegava ter sido passado para trás durante o crescimento do negócio e outra por três estudantes da mesma faculdade (Harvard) que alegavam que Mark roubou deles a ideia do site.
Não espere ação nenhuma no filme. O que segura a obra é o roteiro primoroso de diálogos rápidos e muito bem escritos. Conhecemos os extremos da falta de ambição e da megalomania de Zuckerberg. Numa visão mais simplista, podemos considerá-lo extremamente frio e calculista, mas acho que muito do que se transformou sua vida deve-se justamente a sua dificuldade em se relacionar com as pessoas e este é um dos granes pontos do filme na minha opinião. Não dá para sair odiando o cara, até porque os argumentos dos caras que o processam ora parecem sólidos e ora muito frágeis, dependendo do ponto de vista de cada um que assiste.
Vale um destaque para o personagem Sean Parker, co-fundador do Napster e que ajudou na explosão do Facebook tendo participação nas ações do site até hoje. Em certo momento Justin Timberlake que interpreta Sean (corretamente, diga-se) manda algo assim: "Eu estou falido, mas acabei com a indústria fonográfica". Muito bom.
Outra curiosidade interessante é que o responsável pela trilha sonora foi ninguém menos que Trent Reznor (vocalista do Nine Inch Nails), o que dispensa mais comentários sobre esta parte.
Também ressalto a excelente atuação de Jesse Eisenberg como Mark Zuckerberg.
Enfim, este post é mais para dizer que você ligado em Internet e em cinema não deve perder este filme por nada. Grande obra que relata um período fundamental desta constante revolução digital que vivemos diariamente.
Sandro
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