Minha paixão pelo cinema começou cedo. Mesmo sem uma grande influência familiar, passei toda a minha adolescência assistindo ao maior número de filmes possível. Pretendia conhecer tanto o trabalho dos grandes realizadores quanto o cinema mais comercial e ganhar na quantidade, a habilidade para discernir sobre as obras tendo uma base comparativa para tanto, deixando de depender somente da opinião de críticos especializados.
Passei uns 10 anos meio que numa paranóia de ter que assistir pelo menos uns 10 filmes novos por semana. Foi bom, me ajudou muito na minha formação como adulto. Naquela época meu desejo era estudar e trabalhar na área, sonho este que abandonei para ingressar num curso de administração de empresas que me levou a caminhos profissionais totalmente opostos.
Mas meu interesse e amor pelo cinema sempre esteve presente e em alta. Com o passar do tempo, procurei entender mais da parte técnica, descobrindo quais são as tarefas do roteirista, do produtor, do diretor de fotografia, etc. Mas, é claro, o trabalho mais fascinante é o do diretor. Aquele que muitas vezes nos faz sair de casa apenas com a força de sua assinatura num filme.
Dentro de tudo que li a respeito, talvez a obra que tenha sido mais importante para mim foi um livro chamado"Hitchcock / Truffaut".
Este livro é o resultado de uma série de entrevistas feitas pelo cineasta francês François Truffaut com o mestre do suspense Alfred Hitchcock. Truffaut que antes de ser diretor de cinema trabalhou como crítico na lendária revista francesa Cahiers du Cinema, era um admirador do trabalho de Hitchcock e julgava injusto o tratamento que a crítica norte-americana dava aos filmes do diretor inglês. Ele desejava explorar detalhes sobre o processo criativo do mestre.
Nas palavras do próprio Truffaut a proposta era tratar sobre:
a) As circunstâncias que cercaram o nascimento da cada filme.
b) A elaboração e a construção do rorteiro
c) Os problemas de direção específicos de cada filme
d) A avaliação de Hitchcock do resultado comercial e artístico de cada filme em relação as expectativas iniciais.
As longas conversas ocorreram em agosto de 1962, de maneira ininterrupta, todos os dias das 9 da manhã até as 6 da tarde (a entrevista continuava até na hora do almoço). Truffaut demorou quatro anos para transcrever as conversas gravadas e montar o livro, publicado pela primeira vez em 1967.
É indescrítivel a qualidade final da obra. São conversas deliciosas, de dois profundos conhecedores de cinema.
Truffaut também mostra-se um profundo conhecedor da filmografia de Hitchcock e consegue extrair absolutamente tudo do grande mestre. São contados detalhes sobre a realização de sequências antológicas, sobre a construção dos filmes, sobre o relacionamento (as vezes conturbado) com atores e atrizes,, sobre suas convicções, seus sucessos, seus fracassos, enfim, tudo. São quase 350 páginas de puro deleite para cinéfilos.
Para quem gosta apenas de assistir filmes, a leitura pode ser apenas curiosa, mas para quem gosta muito de cinema e quer ter a oportunidade de conhecer a visão de um gênio na área, este livro é fundamental. Vale por um curso sobre o assunto. O bacana é que a última edição brasileira (Companhia das Letras) não está esgotada e pode ser encontrada até que com certa facilidade. Para mim que sou fã tanto de Truffaut como de Hitchcock, a obra funcionou com uma referência e vale o investimento.
Para quem gosta apenas de assistir filmes, a leitura pode ser apenas curiosa, mas para quem gosta muito de cinema e quer ter a oportunidade de conhecer a visão de um gênio na área, este livro é fundamental. Vale por um curso sobre o assunto. O bacana é que a última edição brasileira (Companhia das Letras) não está esgotada e pode ser encontrada até que com certa facilidade. Para mim que sou fã tanto de Truffaut como de Hitchcock, a obra funcionou com uma referência e vale o investimento.
Abaixo o trailer de um dos melhores filmes de todos os tempo: Vertigo (Um Corpo que Cai).
Sandro
Hitchcock, master! Meu primeiro contato com esse grande diretor foi na Literatura. Aos 11 anos "achei" um livro de Contos que "virou minha cabeça"...menção horosa a "Passaros".....e a versão "paródia" de Mel Brooks para a obra de Hitchcok "Alta Ansiedade"(1977)....é sensacional!
ResponderExcluirAnselmo
Oi Sandro, adorei seu post sobre o livro. uau quanto conecimento. parabens por tudo! Adoro Hitchcok e ele merece estar no primeira gota. AMO VERTIGO, sempre q assisto é uma nova surpresa. E passaros, meu deus, q coisa mais sem explicação e plausível de acontecer. Claro que Psicose está na lista dos clássicos do meu blog. Dá uma passada lá, tem post novo. Eu volto sempre!
ResponderExcluirbeijos
Lucienne
Muito obrigado pela sugestão... eu adoro cinema, mas AMO de PAIXÃO Hitchcock e não conhecia o livro. Quando fôr á livraria, vou pesquisar, para ver se têm ;)
ResponderExcluirBjs grandes
D+ mesmo !
ResponderExcluirla no blog tem uma postagem sobre o hitchock
http://quimicaeducacao.blogspot.com/2009/08/quimica-e-hitchcock.html
vlw pela visita no meu blog!
grande abraço
Obrigado a todos pelas visitas.
ResponderExcluirPasso nos espaços de vocês logo mais!
Abs
Sandro
Muito bom o texto. Eu não cheguei a esse auge cinéfilo, mas tive a minha época de assistir o máximo de filmes "não comerciais" possíveis. Passava os finais de semana rodando pelas locadoras consultando TODOS (todos mesmo) filmes que poderiam atrair a minha atenção... Europeus, asiáticos, Preto e Banco, colorido, mudo... enfim, tudo que é genero. E ainda ude estudar um pouco na faculdade... Mas a dica do livro é muito bem vinda, vamos ver se tem por aí (e a quanto né), pois com certeza é uma aula de cinema...
ResponderExcluirAbraço!!
Dio