minervapop

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

COMO FOI O PLANETA TERRA FESTIVAL 2010

Queria ter escrito ontem, mas estava muito cansado e acabei "postando" apenas uns vídeos que serviram como amostra da balada. Agora segue minha opinião. Vou manter a mesma estrutura do texto que publicamos sobre a edição 2009 deste mesmo festival (leia aqui).

Local: O Playcenter estreou como casa do festival no ano passado e a exemplo da edição de 2009, mostrou-se uma feliz escolha. As 20 mil pessoas que esgotaram os ingressos com 2 meses de antecedência foram bem tratadas. O espaço é mais do que suficiente para todo mundo, o que para mim deve-se ao acerto no dimensionamento dos ingressos vendidos. A sinalização é adequada. Todos os pontos para venda de fichas estavam com filas organizadas, espalhados em vários pontos, com caixas prestativos e até onde eu vi o sistema de venda pelo cartão, funcionou. Novamente havia bares em número suficiente com cerveja e água geladas durante toda a noite. O único ponto complicado era a fila única para a compra de comida, que estava gigante, apesar de andar relativamente rápido. Eu, o Ivan e o Willian resolvemos este problema gastando todas nossas fichas em cerveja, deixando para matar a fome com um pastel da feira do largo de Santa Cecília.

Organização: Mediante a febre idiota das famosas pistas VIP que vimos neste 2010, é preciso festejar o fato de não ter rolado isso no Planeta Terra, onde os VIPs ficaram numa área reservada e na lateral do palco como deve ser. O sistema de som estava bom, considerando o padrão de festivais ao ar livre. Os telões de boa qualidade e em tamenho que permitia aos presentes visualizar os shows mesmo de bem longe. Este ano não tivemos a transmissão de entrevistas durante os intervalos dos shows. Uma pena, pois no ano passado certos constrangimentos eram bem engraçados. A pontualidade também imperou e não houve nehum grande atraso. A disposição dos horários dos shows das bandas divididas em 2 palcos (que eram distantes um do outro) foi meio cruel e exigiu que alguns sacrifícios fossem feitos, mas faz parte da festa.

Shows: Este ano cheguei mais cedo e deu para assistir mais apresentações. Pela ordem:

Holger: Deu para pegar somente o finalzinho enquanto tocavam um cover dos Pixies (Hey), sendo que depois disso rolou só mais uma música. Portanto não dá para avaliar, mas o fato é que apesar de pouca gente na platéia (ainda era a tarde), a banda paulista empolgou. O final foi bem bacana, quando eles pularam a grade cantando um funk carioca (ou miami bass, como queiram) e pulando no meio da galera, numa interação completa.

Of Montreal: Eu não gosto da banda, então qualquer julgamento fica comprometido. Vi quase 1 hora do show, que eu definiria como exótico. Para mim a banda procura compensar o fato de ser fraca musicalmente com uma apresentação teatral cheia de fantasias que beira o ridículo. Há quem goste e durante a noite ouvi gente dizendo que aquele tinha sido o melhor show do festival. Enfim, gosto é gosto.

Yeasayer: Assisti só o começo. O suficiente para sentir o grau de concentração do vocalista que logo de cara mandou um "Hello Buenos Aires!". Corrigiu na sequencia, mas a gafe foi feia. Umas 4 músicas foram suficientes para dar uma noção de que o show seria fraco e eu segui para ver qual era a do Mika.

Mika: Acho o som do cara pop até demais para o meu gosto. É legal, mas não é o tipo de som que ouço normalmente. Minha expectativa era bem baixa. Talvez por esta razão, fiquei de boca aberta. O cara é estiloso. Sua banda também. Parece um bailarino no palco e não para um minuto. Levantou a galera com sua energia e colocou muita gente para dançar. Uns se seguraram, mas a coisa era contagiante. Achei o show muito bom e para mim foi a grande surpresa do festival. Tinha a idéia de ver só um pedaço e acabei assistindo inteiro.

Passion Pit: Uma das minhas frustrações. Queria muito ver, mas devido ao horário do show do Phoenix estar programado para começar meia hora depois, assisti somente ao início. Gostei das 3 primeiras músicas e acho que certamente iria curtr o restante. Uma pena.

Phoenix: De forma surpreendente, pelo menos para mim, foi o show com mais público da noite. Num contraste enorme com o forte apelo visual de outras atrações, os franceses fizeram uma apresentação sem frescuras, com uma iluminação simples. Apesar do ritmo ter caído um pouco lá pelo meio do show e deles não terem conseguido empolgar realmente a galera, este foi o show que mais gostei no festival. O melhor da noite na minha opinião. Para fechar o vocalista Thomas Mars (marido da Sofia Coppola) se jogou na platéia e foi "nadando" sobre as pessoas até um pilar com uma escada localizado muitos metros longe do palco. Subiu lá, descansou por uns segundos e depois voltou literalmente rolando em cima das cabeças da galera.

Hot Chip: Outra frustração. Não consegui assistir um segundo sequer. Decidi por ver o Phoenix até o final e esperar para pegar O Pavement desde a primaira música. Os amigos que fizeram a opção inversa disseram que não se arrependeram e que o show foi arrasador.

Pavement: Muita calma nesta hora. A banda é referência absoluta para o rock alternativo norte-americano. Amada e idolatrada pelos indies, falar mal do Pavement é pecado. E não serei eu a cometer este "crime" aqui no blog, mas também não vou elogiar por elogiar, só por obrigação. Não dá para dizer que o show foi ruim, mas não "bateu" como deveria. Também de forma surpreendente havia pouco público para assistí-los. Além disso muita gente estava dispersa e mesmo a banda fazendo um show intenso tinha muitas pessoas pelos cantos sem prestar muita atenção. O show chegou a ter seus momentos chatos e no final considerei no máximo como bom. Nada além disso. Longe de ser histórico como o nome Pavement sugeria, ainda mais se tratando da tour da volta dos caras depois de mais de 10 anos inativos.

Empire Of The Sun: Não vi, mas também não estava na minha programação. O camarada que assistiu gostou muito e pelo que pude ver no vídeo que ele gravou foi talvez a apresentação mais exótica (as dançarinas com máscaras de peixe que o digam).

Smashing Pumpkins: Billy Corgan é um mala. Isso não é novidade nenhuma e se ilude quem acha que ele vai se comportar de forma diferente no palco. O eterno líder do Smashing Pumpkins e já algum tempo único sobrevivente da formação clássica não gosta de facilitar. Apesar da banda ter um caminhão de hits construidos ao longo dos mais de 20 anos de estrada, o repertório escolhido para esta tour ficou devendo bastante. Corgan priorizou os últimos discos ("Adore", "Machina" e "Zeitgeist") quando poderia simplesmente sair com uma turnê tocando o "Siamese Dream" ou o "Gish" na íntegra, completando com umas do Mellon Collie no bis e a coisa seria sucesso mundial. Mas não. Dá-lhe músicas destes albuns mais recentes. Boas músicas diga-se de passagem, mas eu queria era mesmo ver os clássicos. Não me surpreendi porque pesquisei os setlists dos últimos shows e o que assistimos aqui foi uma repetição do que eles tem tocado pelo mundo afora. A única diferença foi a péssima idéia de deixar de fora "só" uma de minhas músicas preferidas desde sempre, "Disarm" (na Argentina rolou...). Não sou adepto a saudosismo barato, mas dessa vez devo dizer que o show deles no Hollywood Rock em 1996, com sua formação ideal, foi muito melhor do que este aqui, que ainda assim foi um show muito bom. Só que valeu mais para quem não tinha visto antes. Para fechar quero ainda comentar que o baterista parecia ter menos de 18 anos (moleque total), mas tocou muito.

É isso. Eu que frequento festivais aqui no Brasil desde 1991 quando fui ao Rock in Rio 2, considero o Planeta Terra o melhor de todos. Tudo bem que dimensão seja bem menor, que envolva menos gente, mas organização e respeito ao público são premissas que devem superar problemas relacionadoos ao tamanho do festival. Nestes quesitos, comparar o recente SWU (posts aqui) com o Terra chega até ser covardia.


Sandro







7 comentários:

  1. Cara, voce conseguiu sintetizar com maestria todas as apresentações...tá ficando craque nisso...parabens....

    Anselmo

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  2. Fala meus brothers, bela resenha - pra mim, que não fui ao festival, deu pra ter uma geral da coisa toda!
    Legal que vc também gostou do Mika Sandro. Vi o show dele em outro festival, no dia anterior, em Buenos Aires (resenhado no indie.punk.pop), e gostei pracas - mesmo, como com vc, não sendo o sm que escuto em casa. Mas ele e a banda são fantásticos!
    abraço!

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  3. Curti demais o texto nos mesmos moldes da versão 2009 Sandro! Parabéns!
    Terra veio para ensinar como se deve fazer um festival de rock!
    Me surpreendi também com o Mika porque não conhecia o trabalho a fundo, mas no fim me rendi e tudo virou festa entre amigos!
    Outra, já não se fazem mais Smashing Pumpkings como antigamente...showzinho chato! Mas nenhuma surpresa quanto a isso, não é! Eu estava colada na grade de frente pra banda e confesso que me emocionei ao ver o Billy Corgan porque de fato é trilha sonora da minha adolescência...acho que estava esperando mais nostalgia e menos ego!

    beijos

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  4. Valeu Anselmo! E foi daquela maneira peculiar nossa. Sentar na frente do micro, geralmente tarde da noite, precisando acordar cedo no dia seguinte e mandar o texto de primeira. Sem tempo para revisão, comendo uma letra aqui outra ali e sempre no outro dia tendo certeza de dava para ter caprichado mais... Mas tá aí!

    Bolinho, obrigado pela visita e comentário meu brother! Vi seu post sobre o festival argentino lá no seu semore ótimo blog, que indico aos amigos daqui: http://indiepunkpop.blogspot.com/
    Ao contrário de lá, no Terra tivemos "direito" a 12 cervejas cada um... hehehe. Abraço!

    Dani, também agradeço pela visita e comentário. Apareça mais vezes na área! Beijo!


    Sandro

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  5. valeu pela visita de sempre galera! Infelizmente não vou ao Buzzcocks HOJE né, mas aguardo a resenha aqui no Moinerva Pop!
    abraço

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  6. Pode me chamar de tia velha, o que for...hahaha...mas acabei não indo mesmo no Planeta Terra! mas depois do seu resumo e do meu irmão falando que o show do Mika foi demais, me arrependi um pouco...
    Sabe aquelas promessas de Ano Novo? uma das minhas vai ser me jogar um pouco mais na vida...conto com a sua ajuda! preciso de dicas né?

    Um abraço e até!

    Cris

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  7. Obrigado pela visita Cris!
    Dicas é o que não falta, né? Para quem quiser aproveitar 2011 indo a shows (uma terapia que recomendo muito), o próximo no deverá ser recheado de coisa boa. Até o final do mês junto tudo aqui e já dou uma prévia do que nos espera.

    Bj

    Sandro

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