minervapop

terça-feira, 17 de novembro de 2009

PJ HARVEY - UMA DEUSA

Foi escrevendo aqui no Minerva Pop que pude sentir na pele o real significado para a expressão "sem palavras". Apesar de já tê-la repetido outras vezes, nunca tinha me deparado com a dificuldade em achar um forma para expressar minha opinião ou sentimento por algo.

Percebi que acontece quando a gente quer muito falar sobre alguma coisa, mas fica com medo de não ser suficientemente claro a respeito. Tive este tipo de dificuldade quando fui escrever sobre o Manic Street Preachers (aqui), por exemplo. Sobre os Ramones, ainda não consegui nem pensar em como fazer (dada minha adoração pela banda).

Acontece o mesmo quando o assunto é PJ Harvey. Sou fanático por esta cantora inglesa e queria escrever sobre ela desde o início do blog. Mas sempre vinha o dilema. Como descrever o tamanho da minha admiração? Como explicar o quanto esta mulher é talentosa?

Pois hoje resolvi enfrentar e escrever um pouco sobre Polly Jean Harvey. Preferi fazer um breve apanhado de sua trajetória.
Particularmente eu tomei conhecimento do seu trabalho quase em meados dos anos 90, através de um programa de rádio (em breve, mando um post específico) e fiquei de quatro.

Fui atrás (lembremos que não havia esta facilidade da internet) e descobri dois discos. "Dry" de 1992 e "Rid of Me" de 1993. Encomendei os dois, comprovei que a mulher realmente era boa demais e me tornei fã de imediato.

Logo depois veio o terceiro disco, chamado "To Bring You My Love", de 1995, já com uma repercusão um pouco maior (os vídeos rolavam bastante no extinto Lado B da MTV). Apesar de "Rid of Me" ter sido um sucesso de crítica, este trabalho de 1995 trouxe uma sonoridade menos crua e marcou a entrada da PJ Harvey no hall da grandes cantoras e compositoras do rock alternativo dos anos 90. Ainda é um dos seus melhores discos. Lembro que eu o ouvi sem parar durante meses. Disco lindo.

Em 1996, ela grava junto com Nick Cave um dos melhores duetos que já ouvi, na música "Henry Lee". Esta faixa faz parte do sensacional disco "Murder Ballads" lançado por Cave em 1996. Sua relação com o cantor e compositor australiano vai além da profissional e ela inicia um relacionamento amoroso que chega a durar um bom tempo.

Neste mesmo ano, Harvey lança um trabalho dividido com o músico e amigo John Parish. "Dance Hall at Louse Point", é um bom disco, mas é o que eu menos gosto dentro de sua discografia.

Em 1998 ela retorna com o album "Is This Desire?", mantendo a boa recepção da crítica mas como menos força comercial. Apesar de bom, o disco é um tanto quanto irregular.

Durante o ano de 1999, PJ Harvey muda-se para os EUA e mora por seis meses em New York. Segundo ela mesma, esta sua estadia respirando novos ares, a inspira a compor o disco "Stories From the City, Stories From the Sea", lançado em 2000. Apesar da crítica especializada preferir os primeiros trabalhos, este disco, na minha opinião de fã é sua obra-prima. Resgata sua alma rockeira e sem muita complicação mostra-se um disco perfeito e irretocável do princípio ao fim. Estaria na minha lista dos principais lançamentos da década, fácil. Simplesmente maravilhoso.

Antes de seu próximo trabalho solo, ela participa junto com o pessoal do Queens Of The Stone Age (Josh Homme) do projeto Desert Sessions, que em 2003 gerou o disco "Vols. 9-10". Peso puro que demonstra sua faceta mais agressiva.

"Uh Huh Her", aparece em 2004, ainda com a pegada mais rock que marcara seus últimos trabalhos. Outro ótimo album que recomendo muito.

Em 2007, uma mudança radical. PJ Harvey lança "White Chalk", um disco só de voz e piano, triste por natureza, porém belíssimo. Com o prestígio adquirido ao longo da carreira, ela pode se dar ao luxo de contrariar expectativas e inovar sempre, pois não há cobranças por hits ou lugares nos topos da parada, o que permite trabalhos experimentais como esse.

Agora em 2009, retomando a parceria com John Parish, sai o disco "A Woman a Man Walked By". Grande disco, que num ano carente de bons lançamentos com este pode figurar entre os melhores do ano, pelo menos na opinião deste fã aqui.

Enfim, recomendo a música da PJ Harvey a todos, mesmo aqueles que não curtem muito rock. É uma artista que precisa ser degustada e devidamente experimentada. Grande compositora, com letras sobre a vida, amor, sexo, religião e cantora com forte interpretação, Polly Jean Harvey merece atenção especial.

Após ter selecionado nove vídeos, acabei escolhendo os quatro abaixo para representar o trabalho desta extraordinária mulher. São eles: "Down by The Water" (do dosco "To Bring You My Love"), "Good Fortune" e "A Place Called Home" (ambos do disco "Stories From the City,Stories From The Sea") e "Black Hearted Love" ( deste último disco de 2009).



Sandro















7 comentários:

  1. "Sem palavras"... isso acontece comigo "all the time"! Toda aquela vontade de compartilhar e nao consigo encontrar palavras pra descrever... não conheço PJ Harvey (santa ignorância!) mas devo dizer que fizeste um otimo trabalho ao falar dela... deixa eu dá uma olhadinha nos vídeos!

    Abraços
    =D

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  2. Também gosto muito dela. Pena que seja pouco comentada pela midia em geral.
    Valeu pelo post

    Eriko

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  3. Moçada do Minerva, parabéns pelo blogger. A quantidade de informações impressiona. Obrigado pela visita ao SER DA MÚSICA. Passarei a acompanhar o blogger, até porque as informações que li sobre o AC/DC já mereceram o meu respeito. Mais uma vez: Parabéns!

    Saudações musicais!

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  4. Ju, espero que você tenha curtido.
    Eriko, obrigado pelas frequentes visitas.
    Carlinus, quem passou por lá foi meu parceiro, mais tardeeu também vou conferir seu espaço.

    Quanto ao post, só um complemento. Vocês viram que eu escrevi na virada de ontem para hoje. Agora a pouco quando entrei na internet, me deparei com a lista dos discos da década feita pela NME. Eles escolheram os 100 maiores discos dos anos 00. Como toda lista, há controvérsias. mas o engraçado, é que por coincidência, o "Stories From the City, Stories From the Sea" está em sexto lugar...
    Pelo menos alguns me dão raz~~ao (rsrs)!

    Sandro

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  5. Demais essa mulher!

    Parabéns pelo excelente texto!

    Anselmo

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  6. Não conhecia... me surpreendeu! Realmente um som bem elaborado, criativo, com variedade de instrumentos (além de guitarra, baixo, etc.) - piano, instr. sopro. E sua voz encaixa muito bem no estilo. Taí, mais uma pro bom acervo de boas cantoras.
    Abraço aos Minervas!

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  7. PJ é uma musa! Talentosa, genial, e com um charme irresistível *--*

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