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terça-feira, 25 de agosto de 2009

ESCUTE, ZÉ NINGUÉM


Vocês já viram uma saída de fábrica? Aquelas pessoas andando apressadas, indo pegar o ônibus, o carro, ou mesmo caminhando para chegar cedo em casa? Os operários parando nas barraquinhas de “petiscos” pra tomar uma “branquinha”. Os ambulantes vendendo “produtos alternativos”. As conversas nas rodas de amigos sobre a discussão com o chefe, futebol, sindicato, mecânica, hora-extra aos sábados. E no meio de tudo isso, o livreiro com sua “banquinha” de livros. Livreiro? Sim, o livreiro do fusca amarelo.

Foi um vendedor de livros que durante muitos anos de trabalho, próximo a uma grande montadora de veículos no ABC Paulista, forneceu material para que muitos, no meio daquele caos, tivessem acesso a boa literatura. Drummond, Dante Alighieri, Humberto Eco, Dostoievski, Fernando Sabino, dentre outros.

Mas havia um livro que o livreiro recomendava, pelo menos para alguns, dizendo: “-Esse livro mudou a minha vida!”. “Escute, Zé Ninguém!” Wilhelm Reich.

Wilhelm Reich, sexologo, humanista, cientista, nasceu em 24 de março de 1896, em Dobrzanica, na Ucrânia , em uma família de judeus germanizados, faleceu em 3 novembro de 1957.
O jovem Reich foi educado estritamente segundo a cultura alemã e os pais mantiveram-no sempre afastado da população judaica de cultura iídiche. Foi um discípulo dissidente de Freud, pois impunha um quase total engessamento das idéias em torno daquilo que Freud dissera.

Adimirado por celebridades como William Burroughs, Paul Edwards, disse que descobriu a energia cósmica primordial que alguns chamam de Deus, a qual ele batizou de Orgone (Energia Orgônica ou orgônio foi usado para descrever as substancias da vida em si).

No verão de 1945 escreve “Escute, Zé Ninguém!”, onde tenta mostrar o que o homem comum faz a si mesmo, seu sofrimento, relação com amigos e inimigos, quando alcança o poder sempre faz pior que o antecessor.

O livro é muito bom, para ler sem pressa, meditando, relacionando a escrita com os acontecimentos cotidianos. Pra voce se encontrar, ou pelo menos ter um segunda opinião sobre si mesmo.

O livreiro não está mais entre nós, infelizmente faleceu a alguns anos, não tive tempo de agradecer. Mas posso recomendar seu livro favorito.

Anselmo


Podem conferir abaixo (mas o legal é comprar o seu!)
www.culturabrasil.pro.br/zip/zeninguem.pdf

2 comentários:

  1. Livro para lembrar, aconselhar e definitivamente convencer a nós mesmos que bem lá no fundo de nossas almas mora mesmo um ZÉ NINGUÉM. Realmente esse livro mudou minha maneira de pensar. Para quem quiser, no link www.culturabrasil.pro.br/zip/zeninguem.pdf tem o livro completo. Parabéns pela lembrança Anselmo e obrigado por ter me emprestado esse livraço. Abração! Leo.

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