minervapop

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

RANXEROX , CATZO!

No início da década de 90, surgiram nas bancas de jornal, aqui em Sampa, as primeiras edições da Revista Animal, fundada por Roberto Campos, hoje diretor da Conrad Editora. Foram 23 edições.

Foi essa revista responsável pela publicação de um dos maiores personagens da QH Italiana, e mundial. Senhoras e Senhores, estou me referindo a Ranxerox.

Ranxerox era um andróide que vivia em uma Roma destituída de qualquer valor moral, onde drogados, malandros, prostitutas e representantes da mais degradante condição humana, tinham seu convívio anti-social. Havia também sua namorada Lubna, uma ninfeta de apenas 12 anos, drogada e sem nenhum caráter, que colocava nosso anti-herói nas mais bizarras situações.

Nas primeiras tiras era chamado de Rank Xerox, mas os executivos de uma grande marca não gostaram da associação de seu produto a um “Robô Junkie” , e o autor teve que mudar para Ranxerox.

Esse tesouro da literatura/HQ underground foi produto da parceria entre o roteirista Stefano Tamburini e o desenhista Tanino Liberatore, que teve início em 1977. Infelizmente, quando mal haviam concluído o terceiro capítulo da série, Tamburini morreu.

Stefano Tamburini nasceu em Roma em 18 de agosto de 1955. Fundou as revistas Combinazioni (1974), Cannibale (1974) e Frigidaire (1980). Enigmático e de poucos amigos, faleceu aos 31 anos, em abril 1986, de overdose. Até hoje é celebrado com um ícone Pop na Italia.

Tanino Liberatore nasceu em 12 abril 1953, desenhista, formado em arquitetura pela Universidade de Roma, foi o responsável pela concepção estética de Ranxerox. Também conhecido por sua arte em capas de discos, sendo o mais famoso "The Man From Utopia" de Frank Zappa.

As HQ´s de Ranxerox foram curtas, mais diretas e brilhantes. O conceito estético, o roteiro, servem de inspiração até hoje para muitos escritores e desenhistas. Também para uma série de cineastas, que ensaiam a bastante tempo uma versão para o cinema.

Ainda bem que não o fizeram, pois Ranx não merece o mesmo destino de alguns personagens clássicos que tiveram suas sagas reduzidas a filmes “politicamente corretos” e “sem graça” como Conan, Aeon-Flux, Juiz Dredd, Batman. E no fim ainda acabam em merchandising pra rede de fastfood.

Anselmo

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