minervapop

domingo, 23 de agosto de 2009

PEARL JAM - IMMAGINE IN CORNICE

Acho que todos já ouviram que “para manter a admiração por seus ídolos, é melhor não conviver com eles”, ou algo parecido . Entendo que com o acesso fácil a informação nos dias de hoje, isso está cada vez mais inevitável.

Lembro que nos anos 80 a molecada tinha que correr atrás da informação, que na maioria das vezes, estava defasada fazia muito tempo.

Revistas como a Bizz, Metal, POP, Rock Brigade, dentre as nacionais, sem falar nas importadas que a garotada chegava a negociar por página. Voces podem imaginar a qualidade das notícias, não é?! Programas de rádio com apenas uma hora de duração, aos domingos ou em horários nada convencionais. O resultado era os nossos “Herois” colocados no mais alto patamar, quase como seres intocáveis.

Quando algumas bandas começaram a vir para o Brasil, como o Queen (1981), o Kiss (1983), e a produção dos festivais como o Rock In Rio (1985), eu comecei a “me ligar” nessas “estrelas”.

Uns destruindo camarim por falta de produtos não providenciados, outros não querendo entrar no palco depois do “concorrente”, dinossauro da música pop pedindo pro público “se ajoelhar” quando da entrada dele no palco, guitarristas querendo ser “mais rápidos e melhores”, enfim ,ostentação total. Conforme eu percebia esse tipo de coisa, inclusive no meio do pessoal do Rock da minha área aqui no ABC, eu comecei não me importar muito, o interesse começou a diminuir.

Mas pra minha felicidade, no final dos anos 80 e início dos 90 surgem as bandas denominadas “Grunge”, que “desprezavam” todo essa porcaria de estrelismo. Alice In Chains, Nirvana, Mudhoney, Skin Yard (valeu Provos!) , L7, e uma em especial, Pearl Jam.

O Pearl Jam , com o álbum Ten, além de mostrar uma linha melódica diferente de tudo que se tinha na época, era formado por uma moçada igual a muitos, cabelos compridos, tênis furado, bermuda , camisa de flanela, e cantando “Eu ainda estou vivo”! Foi importante pra caramba! Pelo menos pra mim, um cara normal.

Passados quase 20 anos, eu assisto “Some Kind of Monster” filme sobre o Metallica, mais precisamente o processo de composição do álbum St. Anger, que retrata um período difícil da banda. Respeito, mas não gostei do que vi.

Eu falo isso porque conheço e ouvi o Metallica demais na minha adolescência. Fui em 1984 até a Galeria do Rock em São Paulo, junto com meu amigo Renato, pra comprar o “Kill´Em All” importado. Gastei meu salário inteiro no “Ride the Lightning”, e depois no “Master of Puppets”. Fiquei desolado com a morte do Cliff Burton em 1986, etc.

E tudo isso pra depois de alguns anos ver o que já sabia?! Um empreendimento no lugar de uma banda de Rock?! O dono da empresa mostrando luxo e poder?! Velhos amigos transformados em inimigos?! Uma escolha de baixista que parece mais uma entrevista de RH?! Bateu o desanimo de novo. (Isso é puramente pessoal, não tem nada a ver com a qualidade do filme).

Mas quando tudo parecia perdido para mim, eis que surge minha esposa na sala de TV e diz: “Quando acabar de assitir o do Metallica, veja esse que comprei do Pearl Jam, Immagine In Cornice”. Pessoal, fui salvo de novo!

O título “Immagine In Cornice”, é a tradução em italiano para “Picture In A Frame” que é uma canção do Tom Waits. O filme é um documentário / show sobre concertos em quatro cidades na Italia em 2006 sendo, Bologna, Verona, Milan, Torino e Pistoia.

Além de uma belíssima fotografia, o filme tem momentos únicos. Eddie Vedder buscando inspiração nas cidades por onde passa. Mike McCready mostrando a importancia de atender os fãs. Uma conversa filosófica com um sábio senhor italiano. A visita de Eddie Vader e Boom Gaspar em uma igreja em Pistoia.

Nos créditos tem uma performance do Eddie Vedder com o My Morning Jacket tocando "A Quick One (While He´s Away)" do The Who. Uma porrada.

O set list também é muito bom com, "World Wide Suicide", "State Of Love and Trust", "Even Flow","Rockin’ In The Free World", etc.

Pra voce que gosta de Cinema e Rock´n´Roll eu recomendo.

PS.1: Com certeza o pessoal do Pearl Jam sabe o que significa 53rd and 3rd.

PS.2: O Death Magnetic é ótimo.

PS.3: Dá uma conferida no “trecho” do filme que postei abaixo, ouça o velho sábio italiano.


Anselmo



5 comentários:

  1. Falaê, Anselmo!
    Concordo em gênero, número, grau e declinação com a questão do estrelismo. Acho que antes de ser um gênero musical ou movimento, o grunge foi o retorno da atitude e da integridade no rock.
    Numa rápida passada de olhos pelo blog (retorno pruma lida mais criteriosa) percebi que gostas de vozes femininas. Eu também sou um aficcionado mas prefiro aquelas com mais octanagem como Joss Stone, Melissa Etheridge, Ana Popovic, Lisa Stansfield, Dionne Farris, etc. As vozes femininas mais chegadas a 'timbres de Branca de Neve' dispenso, hehehe.
    []ões e valeu pela visita

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  2. Valeu a Resposta Edson!O Post da voz feminina é de autoria de meu brother Sandro!

    Anselmo

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  3. Anselmo,

    Devolvendo a visita, já coloquei o blog de vocês nos favoritos. Que blog interessante o de vocês. Eu era leitor da BIZZ, também. Sou de Santo André (onde trabalho). Parabéns pelas matérias, estão à altura de uma geração que vivenciou uma das fases mais criativas da música (os anos 80). Análises "pé no chão" pra caramba! Hehehe! Gostei!

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  4. Valeu Sergio!!!! Nossa dedicação ao Blog está a toda!!!!

    Anselmo

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  5. É camarada, como já te disse o rock sendo dirigido como uma empresa me incomoda também. E certas decepções são inevitáveis.

    Belo post!

    Sandro

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