Faz tempo que estou "ensaiando" pra escrever sobre esse livro, mas lá vai.....
“Em respeito à memória de Dee Dee, dedico está edição de seu livro à legião de fãs brasileiros. Espero que vocês apreciem a leitura de sua história e que continuem a adorar a música por aí. Que o legado de Dee Dee esteja sempre com vocês.” – Veronica Kofman.
Com esse “adendo à edição brasileira”, começa a viagem avassaladora pela biografia de Dee Dee Ramone, com Coração Envenenado – Minha Vida Com Os Ramones.
Com esse “adendo à edição brasileira”, começa a viagem avassaladora pela biografia de Dee Dee Ramone, com Coração Envenenado – Minha Vida Com Os Ramones.
É muito difícil escrever qualquer coisa relacionada aos Ramones, porque você está mexendo com a paixão de milhares de fãs do Brasil e do mundo. Qualquer palavra errada, ou expressão mal pensada podem gerar protestos, discordâncias, reclamações. Mas vou tentar assim mesmo, e como a própria narrativa do livro, vou ser simples e direto no meu relato.
A edição brasileira tem o prefácio primoroso de André Barcinski, admirador declarado da música dos Ramones, que descreve quão peculiar foi à experiência de entrevistar Dee Dee, e de relatos bombásticos do tipo: “Não foi Sid que matou Nancy, todo mundo sabe que foi o traficante dela.” E a “Introdução” da co-autora Veronica Kofman, contanto que Dee Dee demorou cinco anos para escrever a história, e que recebeu dele o primeiro manuscrito.
Eu li ao livro, e decididamente esse não é somente uma narrativa sobre uma banda de rock, na verdade conta a história de um homem, de vida sofrida, amargurada, dura, desafiadora, e que por acaso também fez parte de uma das maiores bandas Rock´n´Roll do Mundo!
O livro começa contando como os pais de Douglas Glen Colvin se conheceram em Berlim após a segunda guerra mundial. O pai com 38 anos e a mãe com dezessete anos. As lembranças de sua infância em Munique, na Alemanha em reconstrução, e de seu primeiro contato com o Rock por intermédio sua mãe.
Segue com a chegada de Dee Dee com a família aos EUA, aos 14 anos de idade. Passa pelo início dos anos 70 em Nova York, com aqueles garotos incorporando o Rock Glitter e Glam. Inclusive havia um em particular, alto e magro, que usava penteado afro vermelho inspirado em Jimi Hendrix, chamado explosion. Seu nome era Joey.
Conforme vai sendo envolvido na história, o leitor se torna testemunha ocular de como é “entrar de cabeça” no excesso, na experiência alucinante do consumo gradativo e evolutivo das drogas, e percebe qual o momento das composições de clássicos como “Questioningly”, 53rd And 3rd”, Loudmouth”, I Don´t Wanna Go Down to the Basement”, “Now I Wanna Sniff Some Glue".
Até a formação do grupo não foi fácil, “foi um parto” esses caras se reunirem de fato pra tocar e tirar um som, no começo era Dee Dee no baixo, John na guitarra e Joey na bateria. Demorou até caírem na real e encontrarem Tommy para a função de baterista. Somente depois dos primeiros ensaios, numa conversa com Tommy, que DeeDee sugeriu o nome Ramones. A partir daí aconteceram os primeiros shows no CBGB´s.
Continua com a saga da saída dos Ramones para a Inglaterra de Sex Pistols e do Clash. O passeio por Londres com o co-empresário Danny Fields. A realização juvenil de Dee Dee em comprar os compactos do Dr.Feelgood e do Eddie and the Hot Rods no Camden Market. O encontro com Mick Jones e Paul Simonon, Johnny Rotten e Sid Vicious no primeiro show no pequeno clube Dingwalls. (Percebemos de onde veio a inspiração de jeans sujos e rasgados e a jaqueta de couro preta usada por Sid Vicious).
A experiência de gravar com Phil Spector, a era com a Beggars Banquet, a viagem a America do Sul, a saga da canção “Poison Heart”, a morte do amigo Johnny Thunders, o difícil convívio com os membros da banda, a decadência, a separação e a superação, está tudo registrado, tudo ali NU e CRU.
A última apresentação de Dee Dee com os Ramones foi em 06 de agosto de 1996. Morreu de overdose em 06 de junho de 2002.
O livro conta a história dos Ramones e, portanto, como disse o próprio Dee Dee, não podia haver final feliz.
Pra fechar o post, deixo as palavras de Dee Dee ao no discurso de agradecimento ao entrar para o Rock´n´Roll Hall of Fame em março de 2002:“Eu gostaria de me parabenizar, e agradecer a mim mesmo e dar uns tapinhas nas minhas costas. Valeu, Dee Dee, você é demais."
Para todos aqueles que gostam dos Ramones, que tiveram o privilegio de vê-los em ação ao vivo, ou para as novas gerações que não tiveram essa oportunidade, eu insistentemente recomendo que comprem o livro “Coração Envenenado” lançado pela Editora Barracuda.
Abaixo duas canções compostas por Dee Dee, que falam por sí.
Anselmo
Puta, cara, cai aqui no seu blog pela primeira vez e ja dou de cara com um texto sobre esta banda que tanto gosto! Muito foda esse blog! Fudido mesmo!! Vou fica de olho.
ResponderExcluirEdu
Fala Edu!!!! Seja bem vindo cara, participe, de sugestões, fique a vontade!!!! E caso tenha Blog, deixa o endereço pra gente.
ResponderExcluirAnselmo
Fala Anselmo!
ResponderExcluirDepois de um final de semana complicado, voltei ao ar e quando entrei aqui já para preparar o post de hoje para amanhã, me deparo com esta beleza.
O post ficou muito bom mesmo e eu apenas endosso suas palavras. O livro é altamente recomendável para quem gosta de rock, principalmente por retratar um membro da melhor banda de rock de todos os tempos (minha opinião, claro).
Ainda não encontrei palavras para escrever um post sobre meus ídolos, mas é certo que o farei (minha idéia é escrever sobre o documentário "End of the Century").
Ainda sobre o livro, há ali uma dose alta de amargura e o nome é mais do que apropriado.
Mais uma vez, parabéns pelo excelente texto (como bem observou nosso novo amigo Edu). Até desisti de publicar algo hoje, entendendo que este post deva respirar no alto da página por mais um dia.
Sandro
Eu sou mais o Deedee Mocó Sonrizal Colesterol Novalgina Mufumo
ResponderExcluirBrow....aí não concordo...,pois o Mussum sempre foi melhor que o Didi....
ResponderExcluirAnselmo