minervapop

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

QUEM SE IMPORTA COM O ROTEIRO DE UM FILME


"Você esqueceu da categoria que me encaixo, a dos que amam roteiros! Eu sou a que presta atenção no diálogo, nas palavras escolhidas, pontuação. Amo filmes em todas as linguas, pra tentar traduzir com a legenda."

O comentário acima foi deixado aqui no Minerva Pop pela amiga e blogueira Lucienne Condé, responsável pelo ótimo blog Primeira Gota. A ocasião foi um post que escrevi (leia aqui) em 04 de dezembro sobre a importância da fotografia no cinema.

Naquele post, eu relacionei algumas categorias de amantes do cinema, desde os mais despreocupados até os mais interessados pela parte técnica. Propositalmente, não mencionei os cinéfilos cujo foco maior ao assistir um filme é a história que está sendo contada, deixando este tema para um post específico. Este aqui.

O roteirista é quem determina o que vai ser contado. O roteiro é o ponto de referência para o preparo de todas as ações que ocorrrem durante a realização de um filme.

Um roteiro pode ser adaptado de um livro, de uma peça, de um conto e esta adaptação pode ser fiel a obra de origem ou ser livre com inserções a gosto do roteirista. Também pode-se desenvolver um roteiro de uma idéia totalmente original, as vezes um simples argumento que o diretor de cinema tenha na cabeça. Mas é o roteiro que vai dar sentido a trama, que vai poder proporcionar uma base para que os atores desenvolvam um bom trabalho e que vai indicar e sugerir ao cineasta e ao diretor de fotografia, o tipo de enquadramento, a divisão em planos, etc.

Ou seja, trabalho de vital importância para o sucesso ou fracasso de uma obra cinematográfica. Por esta razão muitos cineastas preferem escrever seus próprios roteiros, ou encomendá-los sem dar muito espaço para a criação alheia (vide o exemplo do Kubrick em "De Olhos bem Fechados" cujo livro escrito pelo roteirista vou abordar em post específico).

Particularmente eu também costumo prestar muita atenção nos roteiros, analisando se estão bem amarrados e dando muita importância para os diálogos. Tenho este hábito não só em filmes, mas também em programas de TV, teatro e até mesmo em peças publicitárias.

Para não me alongar mais, vou deixar para vocês uns vídeos com um especialista.
Trata-se de Bráulio Mantovani, roteirista de "Cidade de Deus", "Tropa de Elite" e muitos outros. No primeiro vídeo Bráulio fala sobre o processo criativo, no segundo fala sobre a diferença entre um roteiro adaptado e um original e no terceiro vídeo nos conta uma história interessantíssima sobre o filme "Tropa de Elite", falando como ele e o diretor José Padilha fizeram para trocar o personagem que seria o protagonista da trama (no caso do aspira Matias para o Capitão Nascimento) mesmo depois de toda a filmagem finalizada. Histórico.

E para aqueles que desejam uma abordagem mais didática sobre o tema, recomendo o livro "Da Criação ao Roteiro" de Doc Comparato. Escrito em 1995, já teve uma série de edições e é muito interessante. O autor, uma referência no assunto, nos mostra todas as etapas do complexo processo de desenvolvimento de um roteiro.
Outra grande dica de leitura é o livro "Lições de Roteiristas" de Kevin Conroy Scott, este com o relato de grandes roteiristas do cinema mundial explicando como criaram roteiros de filmes consagrados.

É isso.


Sandro





4 comentários:

  1. Oi Sandro! Pra começar, amei a minha citação no post, né? Que honra! No post anterior até tinha ficado sem graça por ter passado como ansiosa ahhahaha. Tipo poxa nem esperei vc falar dos roteiros...

    E gostei muitodo que vc escreveu, é exatamente esse o sentimento que tenho quanto as histórias contadas. Os roteiros regem muita coisa, como vc citou, desde o cenário até a atuação, e isso é muito gratificante, porque mesmo q na propaganda o povo não de mta importancia, num filme não tem como não notar!

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  2. Também presto atenção nos roteiros. Adoro os do Tarantino. São geniais!!!
    Abs

    Eriko

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  3. Olá Lucienne! Como seu comentário, virou uma excelente introdução, eu é que agradeço a colaboração (rsrsrs).

    Eriko, concordo com você, o Tarantino tem a manha. Seus roteiros são muito bem amarrados.


    Abraços

    Sandro

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  4. Grande Sandro, cada vez mais surpreendendo com seus post!

    Anselmo

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