minervapop

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

SWU PARTE 1 - A ORGANIZAÇÃO (#SWUfail) -

Estou de volta. Como bem disse o Anselmo no post anterior eu estava em fase de recuperação. Mas não da maratona (dura, sem dúvida) SWU. Ainda estou me recuperando do trauma psicológico de ter perdido (ou ter sido roubado, sei lá) meu estimado iPhone lá em Itú. É uma tortura. O consolo é ter que antecipar a compra do modelo 4G e saber que a pessoa que está com o aparelho na mão está com um objeto á ser descartado, visto que tanto a linha quanto todas as funções do mesmo estão devidamente bloqueadas.
 
Feito este desabafo, vamos ao que interessa. Contar para vocês como foi este tão falado SWU na visão deste blog, que esteve lá no sábado e segunda-feira. E tem tanta coisa para falar, que optei em dividir minhas opiniões em dois posts. Neste primeiro eu vou escrever sobre a organização. Amanhã eu volto ao assunto e escrevo sobre os shows e vejo se até lá esta impressão de que vi um dos melhores shows da minha vida (Pixies) resiste ao tempo.
 
Antes de entrar nos detalhes, vou dimensionar a coisa citando a hashtag #SWUfail criada no twitter. Para quem não sabe (alguém não sabe?), as hashtags são usadas para destacar determinados assuntos no twitter e vem sempre acompanhadas do símbolo # antes do termo, facilitando assim a identificação e busca pelos demais usuários da rede. Quando eu cheguei de Itú no domingo de manhã, após poucas horas de sono, ja entrei na rede e identificando meus posts com a hashtag #SWUfail fui relatando minha péssima impressão sobre a organização do festival. Eu nem sabia que esta hashtag já tinha sido criada horas antes e que seria alimentada por vários tweets durante todos estes dias. Dentre os vários, vou deixar um um postado pela @itsous. Não sei se a frase é dela ou não. O que sei é que representa a opinião de uma grande quantidade de pessoas que foram nesta balada. Segue: "SWU devia mudar o nome pra FWU. Fail with you. Fuck with you. Fila with you. Firula with you. Frio with you. #SWUfail".
 
Agora vou relatar por partes minha aventura.
  • Viagem: No sábado, tinha decidido usar um opção dada pela organização que me pareceu interessante. Deixar o carro em São Paulo e seguir para Itú de ônibus. Havia duas possibilidades e como eu havia deixado para a última hora, tive que ir para a Barra Funda (a outra era o Anhembi). Chegando lá a primeira surpresa. Não vi a simplicidade demonstrada no site do evento. Não havia o tal bolsão de estacionamento e nos guichês da Viação contratada a zona e a fila eram enormes. Os próprios funcionários recomendavam para que as pessoas fossem até o Anhembi. Ignorei a dica e preferi seguir direto para Itú de carro mesmo. Na segunda, nem pensei duas vezes e já sai de casa direto para o interior.
  • Acesso: Quando cheguei em Itú no sábado, optei por utilizar outro serviço bastante divulgado pelo site, que era o de deixar o carro num estacionameto na cidade e seguir de ônibus para a Fazenda Maeda. Estacionei meu carro no Kartódromo de Itú (R$ 50,00) e enfrentei minha primeira fila. Apesar da grana no estacionamento, era preciso comprar o bilhete para o transporte e para isso, lá se foi uma fila de quase meia hora. Bilhetes comprados (ida e volta) mais um fila básica para esperar o bus. Dentro do veículo, a viagem foi tranquila. Cerca de 25 minutos até chegarmos ao destino. O fato é que andando na estrada de terra que nos levou até lá, já dava para prever que na volta quando todo mundo fosse sair ao mesmo tempo, a chance de dar alguma coisa errada era grande. Na segunda-feira ainda com o trauma (leia mais abaixo) decidi estacionar o carro direto lá na Maeda, mesmo pagando R$100,00.
  • Entrada: Eram umas cinco da tarde do sábado e eu me assustei com o tamanho das filas que se formavam para quem quisesse comprar um ingresso ou apenas trocá-lo em função de uma aquisição feira pela internet. Dava até medo. Na segunda, estes locais estavam sossegados. Mas como eu já estava com o ingresso na mão, minha aventura era na entrada oficial para o evento. Uma zona. Apenas quatro "filas" e muita gente amontoada. No sábado demorei 30 minutos, já na segunda a espera chegou a 50 minutos. Legal, né?
  • Local para os shows: Grande e como já era de conhecimento de todos,com um piso de terra (claro, era uma fazenda). O espaço foi bem aproveitado e a distribuição dos palcos e tendas ficou bem bacana. Os dois palcos principais colocados um ao lado do outro, numa espécie de descida propiciavam uma vista mesmo que pequena até para quem ficasse mais a distância. A Tenda Heineken (música eletrônica) e a da Oi FM (música alternativa) também eram bem legais.
  • Telão: Fiquei muito bem impressioando com a qualidade da imagem que eram mostradas nos dois telões instalados no fundo de cada palco. Uma nitidez absurda. Para completar, mais quatro telões instalados ao lado dos palcos traziam uma fartura de imagens. Esta fartura só não existiu durante o show do Rage Against The Machne, quando os dois telões maiores ficaram apenas mostrando a estrela vermelha, provavelmente á pedido da banda. Já no caso da apresentação do Queens Of The Stone Age, certamente foi caso de falha mesmo, pois além dos dois telões ficarem totalmente apagados, mesmos os quatro menores ficaram fora do ar a maior parte do show. Felizmente para mim, eu estava perto o suficiente para assistir sem a necessidade deste auxílio. Nos outros shows a coisa funcionou bem.
  • Som: Dentro do que se pode esperar de shows ao ar livre, na grande maioria das apresentações o som esteve bom. O fato triste, para não dizer revoltante, foi o que ocorreu durante o show do Rage Against The Machine. Durante duas vezes o som simplesmente sumiu. O pior é que o retorno para banda no palco permaneceu e eles continuaram tocando normalmente. Não sei se foi falha ou se o pânico da produção era tão grande (o bicho estava pegando mesmo no meio do público e nem sei como não morreu ninguèm) que eles desligaram de propósito. Uma terceira interrupção no som deu-se numa hora em que foi feito um pedido especial (pela produção e pela banda) para a galera maneirar, inclusive com uma "ameaça" da produção de que o Rage não voltaria. Ridículo.
  • Horários dos shows: Na maioria dos casos os horários foram cumpridos. Vi apenas três atrasos. Uns 20 minutos para o início do Apples in Stereo que não pegou nada. Uns 10 minutos para o começo do Rage Against The Machine que pegou tudo, pois foi o suficiente para que as pessoas que estavam na frente do palco onde o Mars Volta havia tocado tentassem ocupar o mesmo espaço das pessoas que já aguardavam em frente o palco do Rage, o que foi um ingrediente a mais para o caos. E teve também o atrado de "só" 1 hora para o show do Queens Of The Stone Age, que se estivesse previsto para a hora que efetivamente começou, permitira que eu assistisse pelo menos uma meia hora da apresentação do Cansei de Ser Sexy.
  • Estrutura para alimentação e bebidas: Lamentável. No sábado a situação era de calamidade. As filas para a compra das fichas eram enormes. A alardeada possibilidade de utilizar cartões de débito / crédito não funcionava. As próprias fichas acabaram em vários caixas. As filas para pegar a comida também eram gigantes. Ainda antes da meia-noite do sábado, grande parte das "lanchonetes" estavam sem comida. A coisa melhorou sensivelmente na segunda-feira e até onde eu vi faltaram somente as fichas, repostas uns 15 minutos depois. Pelo relato de amigos, a situação na área VIP foi bem melhor, mas isso não alivia em nada para a organização, já que a maioria dos presentes não estava na pista premium (R$640,00).
  • Saída: No sábado, a saída do evento parecia cena de filme de terror. Milhares de pessoas sairam ao mesmo tempo e grande parte em busca dos ônibus que os levaraim de volta para a cidade. Só que não havia ônibus nenhum. O local estava uma zona completa com os transportes fretados disputando espaço com táxis, vans e os citados ônibus que começavam a chegar somente naquela hora. As pessoas pareciam zumbis andando perdidas de um lado para o outro sem nenhuma informação e tentando desesperadamente entrar em algum veículo. Consegui entrar num ônibus que ficou super lotado, não cabia mais ninguém e as pessoas batiam e se penduravam pelo lado de fora querendo entrar a qualquer custo. Caos total. A coisa não fluia e os veículos praticamente não saiam do lugar. Como resultado, mais de três horas para retornar ao Kartódromo. Isso por que nosso motorista (grande Marcos) foi valente e pegou um atalho pelo meio do mato numa estrada paralela que deve ter economizado pelos menos uma hora de congestionamento. Quando peguei meu carro o estacionamento ainda estava cheio, o que me leva a concluir que os demais tiveram ainda pior sorte. Quem estacionou direto na Maeda se deu melhor e demorou apenas duas horas para sair. Foi isso que fez com que eu fosse de carro até lá na segunda-feira e disto não me arrependo porque pelo menos consegui sair numa boa, apesar de não saber se isso era devido a uma melhoria na organização (vi ônibus estacionados lá fora com bastante antecedência) ou apenas ao fato de eu ter saído antes do final do show do Linkin Park.

Se vocês acham que eu exagerei, saibam que teve muita gente que foi ao SWU no sábado e mesmo tendo ingressos para os outros dias procurou vendê-los ou simplesmente perderam o dinheiro e não foram. E eu confesso que se não fossem os Pixies e o Queens Of The Stone Age, eu teria feito o mesmo.

Com esta organização muito fraca, neste local com acesso horrível, com esta falta de respeito e com este papo de sustentabilidade que não me convenceu, pois pareceu mais discurso para render patrocínio e ajudar a divulgar o festival, chego numa conclusão.
Junto ainda o fato de eu não curtir muito shows ao ar livre e não estar mais no pique juvenil para passar tanto perrengue e ficar gritando "valeu a pena!!!".
SWU 2011 (se é que vai ter) só verá meu dinheiro se estiverem presentes uma das duas bandas dentre as minhas favoritas cujos shows eu ainda não assisti. Manic Street Preachers ou Weezer.

Caso contrário, verei pela TV. Mesmo correndo o risco deles censurarem a imagem do Tom Morello (Rage Against The Machine) usando um boné do MST. Tom inclusive comentou em seu twitter "I understand the network cut away when I put on the PST hat. That means we're winning".

Amanhã tem mais.

Sandro

5 comentários:

  1. Sandro, acho que mais festivais desses tem que acontecer no Brasil, mas, modestia a parte, essa falta de estrutura já era meio que anunciada...mas ainda bem que os shows valeram a pena...pela TV o mais impressionante foi o RATM!

    Anselmo

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  2. Caraca, que perrengue cara! Eu não tenho mais idade pra isso, apesar de ter derramado lágrimas em casa com o show do Pixies e ficado mortalmente arrependido de não ir!
    Em Novembro nos vemos no BUZZCOCKS?
    abraço

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  3. Eu fui nos 3 dias e ainda em clara recuperação hahaha

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  4. É Bolinho, deu uma de tio igual ao Anselmo, hehehe. Brincadeiras á parte foi foda, brother. Depois de tanto tempo indo em shows a gente fica bem mais exigente e este tipo de tratamento desanima. Certamente tomaremos mais cervejas lá no Buzzcocks (não sei se você vem para Sp antes, no Jello Biafra)
    Abraços

    Dani, parabéns pela disposição! Três dias realmente é uma maratona...
    Beijos

    Sandro

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  5. Nossa! Fiquei exausta só de ler...Nada como estar no frescor da juventude, que não é o meu caso, rs.
    Parabéns pela batalha guerreiros...

    MM

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