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segunda-feira, 30 de agosto de 2010

A LIGA - QUALIDADE NA TV ABERTA

Definitivamente não sou um fã de televisão. Desde moleque preferi a música (discos, fitas, depois cds), os livros, os filmes (cinema, vhs, depois dvds) e a balada como diversão. Coisa de hábito mesmo. Com o advento da tv por assinatura e principalmente da internet, aí é que quase não passo o olho na programação da tv aberta.

Mesmo para o futebol, que sou absolutamente fanático, minha preferência é pelos programas dos canais fechados, mais sensatos e menos passionais.

Claro que há (poucos) programas que me marcaram e ainda quero escrever sobre estas experiências neste espaço, mas hoje o post é sobre tv, tv aberta e um programa atual. O texto é sobre "A Liga", transmitido todas as terças-feiras pela Rede Bandeirantes.

Na esteira do sucesso do CQC, programa humorístico criado originalmente pela produtora argentina Eye Works-Cuatro Cabezas e também exibido semanalmente pela Band, a rede estendeu a parceria com os hermanos e comprou os direitos de um programa de jornalismo investigativo, que aborda temas inusitados e quase sempre populares.

O escolhido para ser o capitão do time de apresentadores foi o jornalista, ator e mestre em "Stand-up Comedy" Rafinha Bastos. Ele que já havia se destacado na tv com o próprio CQC, ganhou mais responsa nesta empreitada e pode mostrar toda sua competência para apresentar um programa que não é de humor.

Isso mesmo, o programa não tem nada a ver com humor. Para quem já assistiu parece óbvio, mas estou frisando isso porque o nome do Rafinha se tornou uma referência tão forte como comediante que fica difícil associá-lo a reportagens com assuntos sérios (veia que já era explorada no quadro "Proteste Já" no CQC).

Além do Rafinha, temos mais três apresentadores. A jornalista Débora Villalba, que é mais conhecida do pessoal que acompanha esportes (apresentou programas no SporTV, Globo e Record). O espetacular rapper Thaide, que junto com o DJ Hum foi um dos pioneiros no cenário hip hop do Brasil, lançando discos maravilhosos e influenciando toda uma geração do rap brasileiro (merece post específico sobre isso), além de ter trabalhado como VJ da MTV e apresentador da TV Cultura. A quarta integrante originalmente era a atriz Tainá Muller, que depois de gravar alguns programas saiu para a entrada da também atriz Rosanne Mulholland.

O resultado disso foi sensacional. Na minha opinião (pouco especializada) é simplesmente o melhor programa da tv aberta brasileira. A cada semana um tema é dissecado pela equipe que dividindo-se em quatro frentes distintas aborda ângulos que mostram diferentes realidades, todas com uma intensidade impressionante.

A linguagem é simples, sem pretensão e direta. Consegue falar e interagir tanto com quem está assistindo quanto com os personagens que participam das matérias. O fato de cada apresentador imergir e vivenciar as experiências durante as gravações resulta numa cumplicidade que envolve o espectador.

Tudo isso com uma edição ágil, esperta, que torna o programa moderno, fugindo bastante do estilo "Globo repórter" de ser. Como eu já disse, os assuntos escolhidos fogem do convencional e mesmo sendo por vezes polêmicos, tem tido uma ótima repercussão. A prova disso é que "A Liga" já está com uma audiência maior que a do próprio CQC, muito por conta do boca a boca e muito pelo fato de que assistindo uma vez, a chance de querer ver de novo é grande.

Não assisti todos, mas os que vi foram ótimos. Quase todos os programas estão disponíveis lá no YouTube e valem mesmo uma conferida. Destaco estes aqui:
Saúde Mental - Centro de SP - Sexo - Prostituição - Transportes - Comunidades - A Rota do Lixo - Tribos Urbanas.

Li na semana passada que a Band ja confirmou a temporada 2011 á partir de março do próximo ano (este ano todos os programas já estão gravados), sem a presença da Rosanne Mulholland que vai sair. Tomara que eles consigam manter o nível no que ainda está por vir em 2010 e na próxima temporada.

Torço para que não aconteça o mesmo que ocorreu com o também sensacional "Documento Especial", um programa muito parecido (pelo menos nos temas) que tornou-se um fenômeno de audiência na extinta Rede Manchete no final dos anos 80. Mas sobre este eu escrevo na semana que vem.

Hoje, fica a dica. Na tv aberta, ás terças-feiras, recomendo muito "A Liga".
Abaixo o trailer de apresentação antes da estréia do programa e um trailer da Rota do Lixo.


Sandro




5 comentários:

  1. Ótimo post!
    Eu gosto muito deste programa. Eu particularmente gostava mais do trabalho da Tainá Muller do que da Rosane Mulholland, mas a qualidade do programa é excelente, principalmente se comparado com outros programas da tv aberta da atualidade.
    Eu também recomendo.

    Karina

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  2. Eu tbm não gosto de televisão, muito dificil eu ligar, qd ligo não acho nenhum programa interessante, mesmo com canal fechado.

    bjs...

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  3. Temos vários coisas em comum. Adoro futebol mas não tenho a mínima paciência para assistir aos programas da tv aberta. Na tv fechada o pessoal da ESPN dá 100 a zero nas outras emissoras. Pena que somos obrigados a ver a Sportv pelos direitos dos jogos e aí percebemos que qualidade dos jornalistas não é a mesma, principalmente pelo rabo preso da Globo com a CBF.

    Este programa "A Liga" e o "CQC" são os dois únicos que assisto na tv aberta, o humorístico é inteligente e engraçado e "A Liga" foi o grande acerto deste ano, tanto no formato quanto na escola do elenco.

    Assisti apenas quatro ou cinco programas, destaco dois: O que mostrava o maluco trânsito de SP e o absurdo transporte público. O segundo programa foi sobre "as baladas" e que mostrava a vida louca dos jovens na noite paulistana.

    Vida longa aos dois programas.

    Abraço

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  4. Definitivamente, esses "CQC" e a "LIGA" são os dois programas que assisto da TV Aberta....parabéns pelo POST, excelente!!!!

    Anselmo

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  5. Obrigado a todos pela visita!
    Como eu escrevi no post, minha preocupação é se os caras vão segurar a onda de boas pautas para a próxima temporada. Digo isso, porque senão fica mais do mesmo e torna-se chato.
    Aquele programa sobre tribos urbanas, por exemplo, poderia ter sido dividido em vários, pois há um monte de "tribos" que geram assunto para um programa específico...

    Abraços

    Sandro

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