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sábado, 12 de março de 2011

127 HORAS - FILME INTENSO E BRILHANTE!

Este post está saindo super atrasado, pois vi este filme umas três semanas atrás. Ainda assim acho que vale a pena deixar a dica, mesmo que provavelmente esta seja a última semana que "127 Horas" fique em cartaz no grande circuito de cinemas aqui do Brasil (já não está em muitas salas).

A história é simples. Aaron Ralston (James Franco numa atuação excelente) é um aventureiro nato. Adora escaladas e grandes caminhadas, de preferência em locais inóspitos. Experiente no assunto, apesar de jovem (o personagem tem 27 anos), se acha completamente independente, daqueles que nunca vão precisar da ajuda de ninguém.

Numa sexta-feira a noite, Ralston sai para um "passeio" no Blue John Canyon, que fica no deserto em Utah e literalmente no meio do nada. Pega somente o essencial para passar dois dias (uma filmadora está na sua mochila), sua bicicleta e entra no carro rumo a mais uma aventura. Detalhe principal e determinante para o drama que se segue: ele não avisa ninguém para onde está indo.

Chegando próximo ao local, ele estaciona o carro e dorme lá mesmo. Logo pela manhã, pega sua bicicleta e pedala por 27 km deserto adentro. Prende a bike numa árvore e começa uma baita caminhada rumo ao tal de Blue John. Antes de chegar lá, ainda encontra duas garotas no meio do caminho, faz um "bico" de guia turistico (uma cena muito bacana) e segue sozinho.

Ele anda por entre grandes e pequenas fendas com a naturalidade de quem sabe o que está fazendo. Parece até fácil para quem assiste. Só que de repente o improvável acontece. Ele se apóia em uma pedra bem grande que solta e desce rolando pela fenda, o que ocasiona sua queda por entre esta parede rochosa. Quando ele chega no fundo (sem maiores ferimentos) esta pedra que também desceu cai em cima de seu braço. Dói muito, claro. Mas o problema não é esse. Ralston percebe então que seu braço está preso por esta pedra. Tenta desesperadamente movê-la, mas a pedra é muito grande e pesada, além de ter praticamente encaixado na largura da fenda (menos de um metro). Em alguns minutos ele sente que está profundamente encrencado e começa aí sua luta pela sobrevivência.

Começa aí também o show de Danny Boyle (ja apareceu no blog antes). O diretor do qual sou fã assumido, faz um filme brilhante.

Brilhante porque "127 Horas" é baseado numa história real, contada em livro pelo próprio Ralston. Portanto, por mais que as pessoas não conheçam o que se passará naqueles próximos dias em detalhes, a grande maioria (se você não sabia, fica sabendo agora) tem conhecimento que o cara sobrevive. Ou seja, Boyle não tem o fator surpresa ao seu lado para gerar um suspense maior.

Brilhante porque "127 Horas" é um filme com um único personagem. Isso mesmo. Um único personagem. Todas as outras pessoas que aparecem na trama não podem nem ser consideradas como personagens coadjuvantes, pois a participação de cada um é ínfima. James Franco segura as pontas sozinho.

Brilhante porque a locação também é única. Passamos todo o filme ali, presos naquela fenda estreita juntos com o personagem.

Enfim, brilhante porque com estes ingredientes, Boyle consegue criar um clima de suspense intenso. O filme incomoda. É impossível ficar quieto na cadeira. Ficamos aflitos o tempo todo, mergulhados naquela situação como se fossemos James Franco. O resultado é impactante mesmo.

Boyle, acerta ainda mais no final. O que queremos ver e na verdade o que precisamos ver depois de tanta angústia é simplesmente Ralston chegando no hospital, recebendo os cuidados necessários (acredite, ele estava precisando muito) e depois indo para a casa, reencontrando seus pais. Mas não. Não temos nada disso. O filme termina antes e colocar cenas do Ralston verdadeiro e escrever o que aconteceu com ele depois, não é o suficiente para trazer um pouco de conforto para quem está na cadeira do cinema ainda encarnado no personagem.

Precisei de alguns minutos para me desvincular e conseguir levantar da poltrona. E achei isso ótimo.


Sandro


6 comentários:

  1. O filme é mesmo muito bom. E também achei impressionante como o Danny Boyle conseguiu fazer uma obra com tanto ritmo com a câmera confinada naquele esspaço com uma única personagem!

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  2. Muito bom post.....não assisti ao filme, mas parece que é ótimo....tô meio desencanado de filme hollywoodiano....

    Anselmo

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  3. vi o filme este fim de semana. Achei interessante.

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  4. Achei o filme genial e acho o cara genial, admirável, que não é qualquer um que consegue manter o controle em uma situação como essa, que consegue viver quando a morte está disposta a ganhar o jogo a qualquer custo.

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  5. Também adorei este filme James Franco dá um show e a direção do Boyle é demais. Só achei que tem um pouco de comercial em excesso. Dá-lhe Gatorade!
    Bj
    Adriana

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  6. Obrigado a todos pela visita.

    Voltem semptre!

    Abraços

    Sandro

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