minervapop

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

LOURENÇO MUTARELLI - Um Cara Inteligente

Gostaria de pedir permissão para escrever sobre um artista o qual tenho profunda admiração e respeito, Lourenço Mutarelli.

Meus contatos com sua arte sempre foram como o enredo de suas “Histórias em Quadrinhos” e “Romances”, inusitadas e inesperadas. Na verdade, nunca as procurei, simplesmente me deparei com elas, como se fossem uma placa de aviso dizendo: “Atenção essa é uma Obra do Mutarelli”.

No início de minha "maioridade" caiu em minhas mãos (não me lembro ao certo de que forma ) a obra “Transubstanciação” de 1991. Confesso que não sei onde foi parar, com certeza no fundo de algum baú de um de meus amigos da época.

A partir daí, sempre que identifico uma obra de Mutarelli certifico de que estou preparado para o que está por vir. Não durante a leitura, mas ao final dela. Quero ter certeza de que vou entender a idéia e a mensagem da forma correta, e saber conviver com isso.

Não sigo nenhuma ordem cronológica, nem me preocupo com os lançamentos, quando chega a hora simplesmente leio. Por isso só recentemente comprei a História em Quadrinhos de “O Dobro de Cinco”, lançada originalmente em 1999 pela Devir.

O “Dobro de Cinco” é primeiro volume da trilogia do detetive Diomedes, o qual é contratado por um homem chamado Hermes para encontrar um antigo mágico Enigmo. A narrativa foge de todos os clichês de histórias de detetive clássicas.

Como sempre, depois de alguns anos de seu lançamento, e de forma inesperada, encontrei a HQ numa banca de jornal, comprei, e acabei de ler hoje.

Na seqüência da trilogia temos “O Rei do Ponto” e a “Soma de Tudo” (dividido em duas partes). Que espero encontrar algum dia desses.

A história do detetive Diomedes teve até de início de produção para o cinema, com direção de Dennison Ramalho, produção de Paulo Schmidt, Tadeu Jungle, Rodrigo Teixeira e Cacá Carvalho ( o Jamanta, lembra?) que faz o papel do Detetive Diomedes.(Mas parece que segue engavetado o projeto, se alguém tem alguma informação por favor, comente).

A contribuição de Mutarelli para com cinema brasileiro começou com as “passagens animadas” do filme “Nina” de 2004, e posteriormente com “O Cheiro do Ralo” de 2006, baseado em seu romance do mesmo nome. Ambos dirigidos por Heitor Dhalia. É explicito a inspiração e influencia de “Crime e Castigo” de Fiodór Dostoiévski nesses dois trabalhos (a admiração por Dostoiévski sempre foi enfatizada por Mutarelli).

No último Festival de Cinema do Rio foi lançado mais um filme adaptado de uma obra de Mutarelli, o romance “O Natimorto” , com direção de Paulo Machline. O filme conta a história de um agente artístico que traz uma cantora a São Paulo para apresentá-la a um maestro. Nesse período ficam num quarto de hotel onde, ele lê o futuro da cantora nas advertências dos maços de cigarro como se fossem lâminas de tarô. (Essa obra já havia sido produzida para o teatro).

Certa vez um filósofo amigo meu disse que “as pessoas inteligentes sofrem mais que as medíocres”. Por isso acho que Mutarelli não é nada mais do que um cara muito inteligente.

Segue abaixo relação das obras de Lourenço Mutarelli, as quais espero ler e apreciar no momento certo ( e também o trailer de alguns filmes):

Livros/Romances:
A Arte de Produzir Efeito Sem Causa
O Cheiro do Ralo
O Natimorto
Jesus Kid
Miguel e os Demônios
Quadrinhos:
A Caixa de Areia
Transubstanciação
Sequelas
A Confluência da Forquilha
Mundo Pet
O Dobro de Cinco
O Rei do Ponto
A Soma de Tudo 1
A Soma de Tudo 2






3 comentários:

  1. DU Caraglio o seu Blog. Grato pela visita no maisbarulho.blogspot onde vc é sempre bem-vindo. O que mais gostei é a ausência de 'medo' em escrever e escrever... nesse nosso dinâmico e urgente mundo virtual, com exigências também urgentes ede mensagens curtas. DU CARAGLIO. Vou atrás do Mutarelli nos sebos dessa minha Ilha hoje morta, que quase todos chamam Floripa, mas que insisto ser Desterro.

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  2. Aeh les Paul....sou de São Paulo, mas acho Floripa muito foda em cultura e Rock´n´Roll!!!!

    Valeu a Visita e continuamos a nos falar!

    Anselmo

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  3. Boa, Anselmo.
    Mutarelli é um cara que eu conheço só pelas referências. Nunca tive contato direto com suas obras.
    Acho que está na hora de ir atrás.

    Sandro

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