minervapop

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

MANIC STREET PREACHERS - A MELHOR BANDA DO MUNDO


Alguns dias atrás eu escrevi um post (aqui) com o título: "Qual é a melhor banda do mundo em atividade?". Citei bandas com potencial para levar este título, outras foram citadas nos comentários, tudo é claro, numa visão subjetiva, baseado no gosto pessoal mesmo, que é como deve ser. Nada de criar critérios específicos para avaliar os grupos. O que vale mesmo é a nossa opinião.

É a minha é essa. Das bandas em atividade, a minha preferida vem do País de Gales e chama-se Manic Street Preachers.

Conheci- os no início dos anos 90, via o finado Lado B da MTV. Eu ficava intrigado com o fato de uma banda que parecia tão boa (pelo menos tudo que eu ouvia, eu gostava) ser tão pouco falada. Ninguém conhecia. Passei um bom tempo me contentando com clips picados que passavam de vez em quando no citado programa. Temos que lembrar que eram tempos sem a poderosa internet de hoje.

Até que uma grande amiga (foi em 1995 ou 1996, Bel?) viajou para a Inglatera e me perguntou se eu queria alguma coisa de lá. Não tive dúvidas e pedi todos os discos lançados pelos Manics até então. E lá foi ela com esta missão, que pareceu meio difícil no começo, pois no dia em que ela foi na Virgin de Londres, o vendedor além de não achar nada sobre a banda, não mostrou muito conhecimento sobre os caras. Mas disse que ia procurar e pediu que ela voltasse no outro dia. O que felizmente ela fez e lá estavam separados as três maravilhas: "Generation Terrorists" (de 1992), "Gold Against The Soul" (de 1993) e "The Holy Bible" (de 1994).

Quando ela chegou com minha encomenda foi uma alegria. Pude enfim conhecer de vez a banda e a paixão virou amor. Todos eram excentes albuns e não dava para saber qual era melhor, mas eu tinha e ainda tenho uma queda pelo "Gold Against Soul". Hoje parte dos fãs e quase toda crítica considera o "The Holy Bible" como o clássico supremos deles.

Pesquisando mais sobre os caras (pagando uma nota na NME em bancas de revistas importadas) descobri que eles estavam saindo de um período bastante conturbado. No início de 1995, o
guitarista e principal compositor Richey James havia desaparecido misteriosamente. Ele tinha deixado todos seus pertences no hotel em que estava hospedado e sumido, o que de cara não assustou os que conviviam com o músico. Não era a primeira vez que ele sumia e todos pensaram que logo Richey voltaria. Porém uma semana depois do sumiço, seu carro foi encontrado perto de uma ponte de Londres muito usada por suicidas. Foram feitas muitas buscas mas o corpo não foi encontrado.

O restante da banda ficou meses na dúvida sobre a morte, desaparecimento ou fuga de Richey. Sabiam que ele seria louco o suficiente tanto para sair pelo mundo como para suicidar-se. Após conversar com a familia do cara, James Dean Bradfield (vocal e guitarra), Nicky Wire (baixo) e Sean Moore (bateria) decidiram continuar como um trio.

Daí saiu "Everything Must Go" (1996). Disco lançado alguns meses depois de eu ter recebido minha grande encomenda. Aproveitando os contatos obtidos pela minha amiga lá no velho mundo, pedi para ela descolar alguém para comprar e me mandar este novo lançamento da banda. Um inglês que trabalhava na mesma empresa que ela enviou o CD via malote. O cara comentou na época que nunca tinha ouvido falar da banda. Depois de um tempo, ligou para ela e contou que havia uma música (" A Design For Life") daquele disco estourada nas rádios de lá. O cara ficou admirado dela estar ligada na banda antes dele.
E que disco bom! Como foi gostoso tê-lo ainda sob a tinta fresca de lançamento!

De lá para cá passei a me virar sozinho para a cada novo lançamento, ter em mãos o mais rápido possível o desejado CD. Vieram o maravilhoso "This Is My Truth Tell Me Yours" (de 1998), o ótimo e subestimado "Know Your Enemy" (de 2001), o menos bacana "Lifeblood" (de 2004) e o belo "Send Away The Tigers" (de 2007). Pintaram ainda a coletânea "Forever Delayed" (de 2002) e o duplo "Lipstick Traces" lançado em 2003 e que é uma coletânea de lados B de vários singles, com muitas covers interessantes.

O incrível é que a banda nunca estourou mundialmente (Japão é uma exceção). Provavelmente por não terem conquistado o público do mercado norte-americano, talvez pelas letras contundentes e com alto teor politico, além da visão crítica com relação aos EUA. Só como exemplo, o disco "Know Your Enemy" teve seu lançamento oficial em Cuba, com direito a show e um encontro com o velho Fidel Castro.

No final de 2008, encerrou-se um ciclo. Após 13 anos foi declarado morto oficialmete o guitarirsta Richard Edwards, mesmo sem terem encontrado o corpo e apesar das várias estórias de pessoas que diziam ter encontrado o cara em diversos lugares do mundo durante todos estes anos.

Os Manics decidiram então mexer com o fantasma. Lançaram agora em 2009 um disco novo chamado "Journal For Plague Lovers", só com letras deixadas pelo Richey. Com produção de Steve Albini, o album traz um Manic Street Preachers em plena forma e cheio de gás. Fizeram o melhor disco de 2009 até agora.

É isso. Trata-se de uma banda cult. Daquelas de quem gosta, geralmente gosta muito. Não sei quantas pessoas também a tem como banda preferida, mas eu sou apaixonado e recomendo aos amigos do blog.

Os clips também são um caso a parte. Todos lindos. Pena que a maioria não está disponível para incorporação no Youtube. Vale a pena dar uma passada lá para assistir a todos.
Abaixo, deixei "Jackie Collins Existential Question Time" do disco "Journal For Plague Lovers", "Everlating" do disco "This Is My Truth Tell Me Yours", "A Design For Life" do disco "Everthing Must Go" (ao vivo em Londres em julho de 2009 com a galera cantando) e "Slash 'n' Burn" do disco "Generation Terrorists". Tem ainda um outro que eu já havia postado no início do blog e está neste link.

Desculpem o longo texto, mas não deu para segurar. Coisa de fã.


Sandro







9 comentários:

  1. Parabéns pelo blogue também! Como chegaram ao nosso "Gato"!? :)

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  2. Não conhecia a banda e gostei. Valeu pela indicação.


    Danny

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  3. Motorcycle Emptness é uma música muito legal mesmo. Tô sempre ouvindo a tal, acho a trabalho da guitarra muito lindo... É isso ae, abrassssssssss

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  4. Esse guitarra era louco mesmo. E um baita letrista. Fez muita falta.
    Muito bom alguem falar do Manics.

    Até

    Eriko

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  5. Aeh Sandro,

    se não fosse eu ter ficado com "dó" e não ter "guentado" os CD´s quando a Bel trouxe, quem sabe eu é que estava escrevendo esse texto....heheheheh!!!!

    Manic é muito legal, o meu disco preferido , até o momento, é "This Is My Truth Tell Me Yours".

    Anselmo

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  6. Ae Sandrão blz?

    Realmente esse som é bacana, "A Design For Life" é um som para se escutar num momento que esta precisando refletir um pouco, acho que gera uma sensação paz interior.

    Abraço.

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  7. Olá rapazes, retribuindo a visita...

    Ótimo texto. Também adoro o Manic Street Preachers! Acho que This Is My Truth Tell Me Yours é o disco deles que mais gosto.

    E Journal for Plague Lovers já entra para a lista de melhores do ano.

    Abs!

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  8. Obrigado pela visita amigos.

    Rini, foi o Anselmo quem o achou. Fui lá dar uma conferida e é bem legal.

    Danny, valeu pela audiênca.

    Eriko, realmente o cara era louco. Uma vez um reporter após um shou perguntou se aquela atitude era para valer ou era só pose. O cara sacou uma gilete e escreveu no braço com o próprio sangue "For Real".

    Beecology, a música é linda.

    Rogério, concordo com você. Aliá várias letras deles merecem reflexões.

    Anselmo, até parece......

    Nathalia,
    Já dei uma passada lá e fiquei muito bem impressionado com o seu blog.

    Abraços,

    Sandro

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  9. Excelente! Amo Manics e é muito difícil lermos ou ouvirmos falar deles no Brasil. Parabéns!

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